O Senador e Vice-Presidente do Senado Federal, Veneziano
Vital do Rêgo (MDB-PB) participou na manhã desta terça-feira (05) da sabatina
na Comissão de Assuntos Econômicos – CAE de Renato Dias Gomes e Diogo Abry
Guillen, indicados para o Banco Central. Durante a sabatina, ele questionou os
dois sobre o que considera uma “omissão criminosa” do BC em relação aos
exorbitantes lucros dos bancos no Brasil, o que, em sua opinião, é uma
“indecente agressão aos brasileiros”.
Veneziano perguntou se os sabatinados consideram normal, enquanto
a maioria dos brasileiros sofre com as dificuldades financeiras, os bancos
auferirem lucros exorbitantes e o órgão não tomar qualquer iniciativa para
mudar esta realidade. Ele disse que é função do BC manter o equilíbro
financeiro e o controle da inflação no país, mas que não pode ignorar a
realidade de bancos que extrapolam nos lucros.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O senador lembrou
que, mesmo na pandemia, esta realidade não mudou. Pelo contrário, os bancos não
apenas bateram as metas, mas registraram recorde nos lucros. Ele disse ser
natural o BC ter o foco na manutenção do equilíbrio do sistema financeiro
nacional, mas que não precisa ser às custas das “discrepâncias absurdas dos
lucros auferidos”.
“O Banco Central recebeu independência quase plena,
conferida pelo Congresso Nacional, para cumprir seu papel regulador da economia
no Brasil, mas, por outro lado, não tenho observado, absolutamente, qualquer
iniciativa no que concerne a esta discrepância, aos absurdos que nós vemos”,
destacou Veneziano.
Tecnologias e
Omissões
O Senador lembrou que, por um lado, o BC avança em tecnologias que
facilitam a vida do cidadão brasileiro, citando o Pix como uma delas, mas por
outro não inova ou avança na redução dessa discrepância. Para Veneziano esta
realidade é, acima de tudo, “indecente”, pois se arrasta ao longo dos anos e, mesmo
diante da pandemia, os brasileiros continuaram penalizados.
“Isso não é uma agressão a tantos e tantos outros milhões de
brasileiros que neste período, não apenas atual, mas ao longo desses últimos
anos, se veem completamente à margem? Eu gostaria muito de saber quais seriam as
suas compenetradas posições em relação ao que eu vejo como indecente e que se
repete ao longo desses últimos anos, uma política que, para mim, é extremamente
violenta, extremamente desigual”.
Veneziano finalizou lembrando ser papel do Congresso
Nacional conceder autonomia ao BC e aos seus diretores e que, por isso, tem o
dever, também, de “cobrar uma atuação não tão somente necessária de manutenção
de meta inflacionária, mas uma discussão regulatória, que não existe hoje” –
Assessoria.
Carlos Magno
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