O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de
Moraes prorrogou nesta quarta-feira (6), por mais 60 dias, o inquérito que
apura a fake news divulgada pelo presidente Jair Bolsonaro, que no ano passado
associou a vacinação contra Covid a um risco de desenvolver Aids.
Essa relação, que não existe, foi feita pelo presidente em
uma transmissão nas redes sociais.
A decisão do ministro atende a um pedido da Polícia Federal,
feito pela delegada da PF Lorena Lima Nascimento na semana passada. A
investigação foi aberta no dia 3 de dezembro de 2021, com a autorização do
ministro.
Foto: Reprodução/Youtube
Moraes também autorizou que a PF encaminhe ofício ao Google
para que a empresa forneça, em 10 dias, o vídeo da live do presidente que gerou
a investigação.
Transmissão na
internet
A notícia falsa relacionando a vacina e a doença foi
divulgada pelo presidente em uma live nas redes sociais no dia 22 de outubro, e
desmentida pelo Fato ou Fake, por especialistas e por outras plataformas de
checagem nas horas seguintes. A live de Bolsonaro foi retirada do ar por
Facebook, YouTube e Instagram.
Na transmissão, Bolsonaro disse que relatórios oficiais do
Reino Unido teriam sugerido que pessoas totalmente vacinadas contra a Covid
estariam desenvolvendo Aids "muito mais rápido que o previsto". A
afirmação é falsa, e não há qualquer relatório oficial que faça essa
associação.
Na semana seguinte, o presidente da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, reafirmou que as vacinas
usadas no Brasil são seguras, e que nenhuma delas aumenta a "propensão de
ter outras doenças".
Ao determinar a abertura do inquérito policial, Moraes
criticou a decisão da Procuradoria-Geral da República de abrir uma apuração
interna e, com base nisso, pedir o arquivamento da ação no STF.
O ministro do STF afirmou que não caberia à
Procuradoria-Geral da República abrir apuração interna já que o STF foi
provocado a partir de uma notícia-crime contra o presidente e afastar a
supervisão judicial.
Segundo o ministro, é preciso apurar a relação entre essa
fake news e a atuação de uma suposta organização criminosa investigada pelo
Supremo e que envolve aliados do presidente Bolsonaro – g1.
Carlos Magno
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