A conta de luz deixará de ter cobrança extra neste sábado
(16) com o fim da bandeira tarifária da escassez hídrica, a mais cara do
sistema.
A tarifa incide nas contas de luz desde setembro de 2021 e
foi criada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) na tentativa de cobrir
custos adicionais gerados pela falta de chuvas na ocasião, que reduziu o nível
dos reservatórios.
A partir de agora, passa a valer a bandeira tarifária verde,
que é a mais barata do sistema, e que não terá nenhuma cobrança adicional.
Foto: Ilustração/Pixabay
Conta de luz vai
ficar mais barata?
O governo prevê uma redução de 20% na conta de luz do
consumidor residencial, porém especialistas consultados pelo g1 afirmam que as
principais distribuidoras devem passar por reajustes tarifários nos próximos
meses e que, dessa forma, o benefício obtido com a mudança da bandeira
tarifária deve ser diluído ao longo do ano.
A consultoria PSR, por exemplo, estimou, no início do abril,
um reajuste tarifário de 15% e prevê uma queda na conta de luz de 6,5%.
Já um exercício realizado pela TR Soluções mostra que, com a
mudança da bandeira, a conta deve ter uma redução média imediata de 12,5% –
mas, até o final do ano, vai ficar 6,09% mais cara.
As projeções para o impacto na conta de energia destoam
porque o cenário para a bandeira tarifária varia entre as empresas. A PSR prevê
bandeira verde até o fim do ano; a TR Soluções avalia que a bandeira amarela
deve vigorar por alguns meses no segundo semestre.
Os reajustes tarifários são definidos pela Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel) e serão influenciados por uma inflação elevada -
hoje em dois dígitos.
Os reajustes têm datas distintas para as várias
distribuidoras que operam no Brasil. Na cidade de São Paulo, a decisão para a
Enel está marcada para julho. Em Minas Gerais, a expectativa é a de que a tarifa
da Cemig seja reajustada em maio.
Governo propôs
reajustes de tarifas
Na última terça-feira (12), a Aneel abriu uma consulta
pública para reajustar os valores das bandeiras tarifárias — cobrança extra
aplicada às contas de luz quando aumenta o custo de produção de energia no
país. O reajuste é um procedimento anual.
Pela proposta da agência, os valores das bandeiras amarela e
vermelha patamar 1 vão aumentar 56% e 57%, respectivamente. Já a bandeira
vermelha patamar 2, a mais cara, terá redução de 1,7%.
A consulta pública ficará aberta de 14 de abril a 4 de maio.
Após esse período, a agência voltará a analisar o assunto.
Apesar dos reajustes propostos, a diretoria da Aneel
informou que a tendência é que a conta de luz dos consumidores fique sem essa cobrança
extra até o fim deste ano, devido à recuperação dos reservatórios das
hidrelétricas – g1.
Carlos Magno
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