Desde que o último Datafolha mostrou o ex-presidente Lula
(PT) 21 pontos à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), o QG político da
reeleição entrou em rota de colisão com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Nos bastidores, assessores políticos de Bolsonaro culpam Guedes por ser
"resistente" e não ceder ao subsídio temporário aos combustíveis, o
que aliviaria o preço para o consumidor final.
Guedes, após conseguir emplacar o novo ministro de Minas e
Energia e indicar o terceiro presidente da Petrobras no governo Bolsonaro– que
ainda precisa ser aprovado – passou a ser o responsável por resolver a questão
dos combustíveis, mas a ala política do governo critica a Economia pois afirma
que as medidas de Guedes podem não fazer efeito na eleição e pressionam por um
"cavalo de pau" imediato na economia.
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Uma das propostas que a ala política quer emplacar é usar
uma parte dos royalties do estatal para subsidiar os combustíveis – o que a
equipe econômica refuta, até aqui, argumentando que furaria o teto de gastos.
Mas, para a equipe política de Bolsonaro, não há mais
alternativa se o presidente quiser conter o avanço de Lula nas pesquisas, que
atribuem ao aumento dos combustíveis.
Segundo o blog apurou, a frase repetida à exaustão entre
ministros é de que a definição da eleição está nas mãos do governo já que é a
"economia que elege e derruba presidente". A justificativa de que a
guerra e a inflação são globais é uma coisa – agora, repetem assessores
políticos, a eleição é local e a população brasileira não entende a explicação
do governo de que demais países estão piores do que o Brasil. "O eleitor está
preocupado com o arroz e feijão dele, não quer saber o que está acontecendo na
Europa quando não consegue comer", diz um ministro.
Diante desse diagnóstico, a pressão para que Guedes ceda e
conceda um subsídio também ganhou reforço na Câmara. Deputados aliados ao
governo afirmam ao blog que é preciso declarar uma situação de
"emergência", com a desculpa da guerra, e liberar o subsídio.
"Ou vai ou vai", resume a estratégia um dos mais próximos
interlocutores políticos do presidente.
A preocupação de Bolsonaro não é sem razão: o comitê de Lula
considera que "acertou o tom" ao definir como mote da campanha a
crítica à agenda econômica do presidente da República. A estratégia é repetir
nos comerciais e inserções críticas à inflação e ao aumento dos combustíveis.
Segundo o blog apurou, o presidente da Câmara, Arthur Lira –
um dos líderes do Centrão e que está alinhado com Bolsonaro na questão dos
combustíveis – deve procurar Guedes para pressioná-lo a mudar de postura no
assunto - Andréia Sadi/g1
Carlos Magno
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