"Nada justifica o que fizeram com Milton Ribeiro”,
disse o presidente Jair Bolsonaro (PL), neste domingo (26/6), ao falar sobre a
prisão do ex-ministro da Educação pela Polícia Federal (PF).
"No caso Milton, quem começou a investigação foi a
Controladoria Geral da União (CGU) por pedido do próprio Milton. Ele pediu um
pente-fino nos contratos, por desconfiar das pessoas do lado dele. Até o dia D,
da prisão, e temos que deixar claro que o MP foi contra a prisão. Pelo meu
entender, ele foi preso injustamente", afirmou.
Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
Para Bolsonaro, não existe nenhuma interferência dele na PF.
Em uma gravação, Ribeiro diz que o presidente “teve um
pressentimento” sobre a busca e a apreensão na casa do ex-ministro.
“Nada justifica o que fizeram com Milton. Querem humilhar.
Constranger. Querem me comparar com o Lula (PT). Falar que o governo é
corrupto. São narrativas que querem desgastar o governo", concluiu o
presidente.
Gravações
Durante a semana, foram divulgadas gravações, feitas com
autorização da Justiça, consideradas pelos procuradores do Ministério Público
Federal (MPF) indícios de que o presidente Jair Bolsonaro interferiu na
investigação da Polícia Federal (PF) sobre o ex-ministro da Educação.
A investigação consta no material enviado pelo MPF ao
Supremo Tribunal Federal (STF).
Conversa com a filha
Em uma das conversas, com uma filha, em 9 de julho, Ribeiro
disse que recebeu uma ligação do presidente Jair Bolsonaro (PL) em que o chefe
do Executivo nacional dizia temer ser atingido pela investigação da Polícia
Federal (PF).
"A única coisa meio... hoje o presidente me ligou...
ele tá com um pressentimento, novamente, que eles podem querer atingi-lo
através de mim, sabe? É que eu tenho mandado versículos pra ele, né?",
disse Ribeiro para a filha. O trecho está em investigação da Polícia Federal.
"Ele quer que você pare de mandar mensagens?",
pergunta a filha.
"Não! Não é isso... ele acha que vão fazer uma busca e
apreensão... em casa... sabe... é... é muito triste. Bom! Isso pode acontecer,
né? Se houver indícios, né?", questionou.
Ao encaminhar o processo de investigação de Milton Ribeiro
ao STF, o juiz federal Renato Borelli cita três conversas em que o ex-ministro
demonstra ter medo de operações da Polícia Federal nas investigações sobre a influência
de pastores no Ministério da Educação (MEC). Clique aqui para ler a
transcrição.
Prisão
Milton Ribeiro esteve como ministro da Educação no governo
Bolsonaro entre julho de 2020 e março de 2022. Ele foi preso na última
quarta-feira (22/6) pela Polícia Federal (PF) e solto no dia seguinte.
A prisão se deu por uma investigação que apura o
envolvimento dele nos crimes de corrupção passiva, prevaricação, advocacia
administrativa e tráfico de influência e um suposto envolvimento em um esquema
para liberação de verbas do Ministério da Educação.
Uma decisão dessa quinta-feira (23) do desembargador Ney
Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), determinou a suspensão
da prisão do ex-ministro – EM.
Carlos Magno
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