Na busca de manter o apoio da ala religiosa, o presidente
Jair Bolsonaro (PL) participou nesta quarta-feira (3/8) do "Culto de Santa
Ceia", organizado pela Frente Parlamentar Evangélica no auditório da
Câmara dos Deputados. Em discurso, o chefe do Executivo voltou a criticar
signatários da Carta pela Democracia, documento organizado pela Faculdade de
Direito da Universidade de São Paulo (USP) que soma mais de 700 mil
assinaturas.
Bolsonaro alegou que os apoiadores da carta não se
posicionaram frente a ações que caracterizou como 'mais duras' durante a
pandemia da covid-19, como o fechamento de comércios e igrejas, na tentativa de
conter a alta dos casos.
Foto: Isac Nóbega/PR
"Ninguém falou a palavra ‘democracia’, tudo podia ser
feito”, apontou. “Vocês todos sentiram um pouco do que é ditadura e nenhum
daqueles que assinam cartinhas por aí se manifestaram naquele momento”,
completou.
Também estiveram presentes os ministros da Saúde, Marcelo
Queiroga, e da Secretaria de Governo, Célio Faria.
“Cara de pau” e “sem
caráter”
Ontem, Bolsonaro desqualificou iniciativas da sociedade
civil, chamando os signatários da carta de “cara de pau” e “sem caráter”. O
texto reúne juristas, banqueiros, empresários e civis.
“Esse pessoal que assina esse manifesto é cara de pau, sem
caráter, não vou falar outros adjetivos, porque sou uma pessoa bastante
educada”, atacou o presidente.
Ele alegou que o manifesto é apoiado por banqueiros porque
eles teriam perdido cerca de R$ 20 bilhões de receita por causa do Pix —
sistema de pagamentos instantâneos. E chamou artistas de “desmamados” da Lei
Rouanet – Correio Braziliense.
Carlos Magno
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