
Foto: Divulgação
Foi numa noite memorável, com a presença de representantes
do universo literário, intelectuais e ao lado de familiares que a escritora
Iêda Lima se tornou na noite da última sexta-feira, 03/03, a nova imortal da
Academia de Letras de Campina Grande, sendo empossada na cadeira de Nº 34, cujo
patrono é o radialista, redator e produtor, Paulo Pontes.
A escritora foi conduzida ao recinto da cerimônia de posse,
pelos acadêmicos Paulo Marcos Cavalcante, João Moreira Dantas e José Edimilson
Pereira Rodrigues.
Já o discurso de saudação foi do acadêmico José Mário da
Silva Branco, que iniciou sua fala fazendo uma retrospectiva sobre a fundação
da Academia de Letras de Campina Grande.
“Há exatos 42 anos, movidos pela utópica e irrestível paixão
de erigir uma casa, feita menos de tijolo, cimento e cal, que da argamassa da
palavra, em estado de valorização estética, bem como do cultivo da língua
portuguesa, patrimônio maior da cultura de um povo, e da literatura, a pátria
da liberdade e a habitação da beleza, nasceu e se consolidou a Academia de
Letras de Campina Grande”, concluiu.
Em seu discurso, José Mário descreveu a obra literária de
Iêda Lima, e deu as boas-vindas a escritora.
“Iêda Lima, a quem recepcionamos neste instante, tem se notabilizado
sobretudo como uma apreciadora da palavra, dela fazendo a sua privilegiada
senha de comunicação com o mundo, a ponte insubstituível, que a conduz ao
outro, e que ao fim e ao cabo, ratifica o basilar e incontestável princípio de
que a palavra da literatura longe de ser a morada do alto centramento
linguístico tão narcísico quanto vazio, é em direção diametralmente oposta
regada pela seiva e pelo sumo da transitividade. Os registros da sua escrita
são tonalmente diversificados, ora centram-se no espaço da denotação mais
explícita, ora ao se desrealizarem assinam pactos de convivência com um lirismo
mais aliciante, notadamente quando dentre outras temáticas abordadas, a
natureza é ponto de partida e de chegada das suas cogitações mais prementes.
Estendo –lhe pois cara Iêda Lima, em nome de todos que integram esta Academia
de Letras de Campina Grande, Casa de Amaury Vasconcelos a destra da
fraternidade acadêmica. A cadeira de número 34 lhe cai sobremaneira bem, a Casa
de Amaury Vasconcelos se engrandece com a sua edificante presença, seja
bem-vinda”, ressaltou o acadêmico.
A escritora recebeu a opa acadêmica, o colar acadêmico, e o
diploma dos seus filhos Luisa Lima de Holanda, Otávio Lima de Holanda e Liliane
Lima Sant’Anna. E após a assinatura do termo de posse proferiu um discurso onde
relembrou a paixão pela escrita, ainda na adolescência quando escrevia as
redações para o saudoso professor, Gabriel Agra, do Colégio Diocesano Pio XI.
“Já estávamos no segundo decênio do Século XXI, mais
precisamente 2016, quando escolhi o caminho que tanto me atraíra, desde
adolescente, ao escrever as redações para o saudoso professor Gabriel Agra, do
Colégio Diocesano Pio XI, que repetia que eu ainda seria escritora, ao
devolver-me mais um texto com a nota máxima”, relembrou.
Durante o discurso, Iêda falou sobre o convite para integrar
a Academia de Letras de Campina Grande, e definiu o significado da escrita para
ela. “No início de 2022 assisti a uma Sessão da Saudade, da Academia de Letras
de Campina Grande, e visualizei ali um espaço de reverência ao melhor da
literatura paraibana, porém com uma presença ainda muito reduzida de mulheres.
Foi então que aceitei o convite de amigos membros da Academia, tendo como
principal estimulador o nosso Presidente Thélio Farias, de atender ao Edital e
candidatar-me a uma vaga nesse templo do saber. Para mim escrever é dialogar
com os vivos, à luz do legado que os mortos nos deixaram, para contribuir com a
evolução cultural e espiritual da humanidade e deixar fluir um raro dom, o da criação
literária, explorando a riqueza de uma língua; e contar com uma Academia de
Letras, para amarrar a literatura no poste do tempo, parafraseando o poeta
Manuel de Barros, é um privilégio”, finalizou.
Na ocasião a nova acadêmica fez uma breve apresentação do
patrono da cadeira número 34, Paulo Patos e também sobre a Mestra Josefa
Dorziat, personagens cujas obras foram narradas nas falas de José de Assis Tito
e de Ana Dorziat durante exibição de dois vídeos.

Foto: Divulgação
Sobre a Eleição para
a ALCG
A eleição para a Academia de Letras de Campina Grande
ocorreu em 04 de agosto de 2022, e a escritora passou a ocupar a Cadeira nº 34,
da ALCG, que tem como patrono o teatrólogo paraibano de Campina Grande, Vicente
de Paulo de Holanda Pontes, conhecido como Paulo Pontes, e que teve como
primeira ocupante a professora Josefa Dorziat Quirino Barbosa, a eterna Mestra
Dorziat.
Conheça um pouco mais
sobre Iêda Lima
Iêda Lima nasceu em 08 de julho de 1948 em Campina Grande,
Paraíba. Filha de Otávio Adelino de Lima e de Luzia de Oliveira Lima, estudou
no Externato São José, Colégio Diocesano Pio XI e Colégio Estadual da Prata, em
Campina Grande. Neste, fez o ensino médio, em curso noturno.
Simultaneamente, trabalhou como professora, em uma escola
municipal, e depois no Convento Seráfico Santo Antônio Ipuarana, em Lagoa Seca.
Foi membro da Juventude Estudantil Católica (JEC) nos anos 60.
Iêda Lima é formada em Economia de Transportes, pela Escola
Superior de Transportes e Comunicações de Dresden, na Alemanha; e pós-graduada
em Engenharia de Transportes, com título de Mestre, pela Universidade Federal
da Paraíba/Campina Grande e de Doutora, pela USP de São Carlos. Desde junho de 2016 dedica-se à literatura,
como parte do seu projeto de terceira idade – Assessoria.
Carlos Magno
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