Foto: Isac Nóbrega/PR
O Departamento de Justiça americano, em Washington,
autorizou integralmente o pedido de colaboração policial internacional para
investigar o esquema ilegal de venda de joias e relógios do acervo
presidencial. A informação é do g1.
A documentação preparada pela Polícia Federal - e remetida
aos EUA via Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica
Internacional (DRCI) - foi totalmente validada pelo governo americano, segundo
apuração do jornalista César Tralli, da TV Globo e GloboNews.
Está autorizada, portanto, a participação do FBI, a polícia
federal americana, nas apurações brasileiras sobre diversos crimes, como
lavagem de dinheiro, ocultação de valores, apropriação indevida, falso
testemunho.
Por meio da cooperação internacional, também foi autorizada
a ida de equipe da PF brasileira para acompanhar as diligências solicitadas em
território americano.
O FBI pode abrir investigações contra os envolvidos no
esquema, e eles correm risco de ter de responder também em território
americano, ainda segundo a apuração.
O pedido de colaboração, integralmente autorizado, prevê:
- Quebras de sigilo bancário de várias contas de pessoas
físicas e jurídicas (ex-presidente Bolsonaro, Mauro Cid, general Mauro César
Cid e outros; dos últimos anos até agora);
- Diligências em joalherias na Florida, Nova York e
Pensilvânia;
- Levantamentos de dados sobre imóveis dos alvos
investigados;
- Depoimentos de testemunhas e de suspeitos de envolvimento
no esquema supostamente ilegal.
O esquema para vender joias e relógios, alvo de investigação
da Polícia Federal, envolve assessores próximos do então presidente Bolsonaro,
que recebeu os objetos como presentes de outros países. A oferta dos itens a
joalherias americanas, por exemplo, foi feita, segundo a apuração da polícia,
pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid e pelo pai dele, que são alguns dos
investigados.
O Departamento de Justiça americano já expediu ofícios ao
sistema financeiro e ao FBI para que proceda imediatamente a coleta de dados e
documentos, na produção de provas e no envio aos investigadores brasileiros à
frente do inquérito, em Brasília.
A expectativa dos investigadores é de que as primeiras
remessas de material comecem a chegar já nas próximas semanas para análise dos
peritos da PF.
Por sua vez, a direção da corporação em Brasília está
fazendo os últimos acertos sobre a equipe da PF que vai embarcar em breve para
os EUA, para dar apoio e acompanhar os trabalhos do FBI.
Joias presenteadas à Presidência postas à venda no
suposto esquema:
- Conjunto da marca Chopard em uma caixa de couro, revestida
de veludo, contendo um colar de ouro branco com dezenas de pingentes, todos
cravejados em diamantes. Um par de brincos, um anel e um relógio de pulso,
todos feitos em ouro e pedras preciosas, também estavam na caixa. O conjunto
foi presente da Arábia Saudita ao governo brasileiro.
- Um conjunto, também com relógio, joias e abotoaduras em
ouro, que chegou ao Brasil com a mesma comitiva em 2021 mas não foi barrado.
- E um terceiro pacote, com um relógio Rolex, uma caneta da
marca Chopard prateada; um par de abotoaduras em ouro branco, com um brilhante
cravejado no centro; um anel em ouro branco com um diamante no centro e outros
em forma de “baguette” ao redor; e uma masbaha (um tipo de rosário árabe),
feito de ouro branco e com pingentes cravejados em brilhantes. Esse conjunto
foi recebido em 2019 – g1.
Carlos Magno
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