Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
A ministra de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI),
Esther Dweck, fez um balanço preliminar do comparecimento ao Concurso Público
Nacional Unificado (CNPU), neste domingo (18), afirmando que cerca de 1 milhão
de pessoas fizeram o certame.
O número de inscritos no CNU somou 2,14 milhões, o que
significa um percentual de abstenção acima de 50%. “Está dentro da nossa
expectativa, comparando com outros concursos desse tamanho, nesse quantitativo
de gente”, afirmou a ministra.
De acordo com Esther, o Distrito Federal teve a menor taxa
de abstenção e o Ceará teve a maior. Os dados são preliminares e o Ministério
da Gestão divulgará amanhã (19) os dados consolidados.
Segundo ela, a taxa de abstenção ficou abaixo de que outros
certames recentes, como o do Banco Central. “A média histórica é em torno de
40%, chegando a 50% em concursos maiores”.
Durante coletiva, a ministra disse que a taxa de abstenção
foi puxada sobretudo pelos faltantes que concorriam a vagas de ensino médio,
enquanto os candidatos de nível superior compareceram em maior número.
"O maior percentual de abstenção foi no nível médio, o
bloco 8, que tinha a maior relação candidato por vaga. Nos outros blocos ficou
abaixo da média. O menor bloco de abstenção foi o 3, da área ambiental, agrária
e biológica. Mas, em geral, os percentuais de [abstenção] de nível superior
ficaram em percentuais muito próximos. E o que destoou mesmo foi o nível
intermediário”, avaliou a ministra.
Ela comemorou a presença de 1 milhão participantes no CNU, o
que mantém o concurso como o maior já realizado no país. “Nosso objetivo era
mudar a cara do serviço público brasileiro e deixa-lo com a cara do Brasil,
podendo incorporar nesse concurso a grande diversidade brasileira”, frisou ela.
Segundo dados do MGI, os inscritos no concurso foram
oriundos de quase todos os municípios brasileiros, com a exceção de apenas dez
cidades.
Questionada, a ministra considerou não ter sido grande o
impacto do adiamento do concurso para a taxa de abstenção elevada. “A questão
da mudança da data pode sim ter interferido na decisão das pessoas, por isso a
gente permitiu que as pessoas desistissem e tivessem a taxa [de inscrição]
devolvida, mas tivemos muito poucas pessoas que decidiram por isso”, destacou.
Inicialmente, as provas ocorreriam em 5 de maio. Contudo,
dois dias antes da data marcada, em 3 de maio, o governo federal adiou o
concurso, por causa das fortes chuvas que atingiram quase 95% (468, dos 497)
dos municípios gaúchos.
Eliminados
De acordo com a ministra, o concurso foi realizado sem
grandes problemas, com o registro de ocorrências em 0,2% dos locais de
aplicação do CNU. “Nada que tenha afetado efetivamente a realização da prova,
apenas atrasou um pouco”, disse.
Ainda segundo ela, cerca de 500 candidatos (0,05% do total)
foram eliminados neste domingo por terem apresentado condutas proibidas pelo
edital, entre elas sair do sala da prova levando o caderno de questões, o que
era proibido.
“Isso não é um vazamento de provas, não teve nenhum problema
de segurança com essa pessoas que saíram com o caderno de provas”, assegurou
Esther Dweck, que destacou ainda a baixa judicialização do certame.
Presente na entrevista coletiva após o encerramento do CNU,
o advogado-geral da União, Jorge Messias, também ressaltou o número baixo de
processos envolvendo um concurso dessa magnitude. “Não tivemos uma única ação
judicial apresentada nas últimas 48 horas. Temos muita segurança da correção na
aplicação”, afirmou.
Próximos passos
As provas começaram às 9h e foram encerradas entre as 17h30
e as 19h, a depender do bloco de conhecimentos escolhido pelo candidato e do
atendimento especial no caso de participantes com alguma deficiência.
O caderno de questões foi disponibilizado neste domingo, a
partir das 20h, na página oficial do CNU (o link para acesso está
disponibilizado logo abaixo). O gabarito oficial preliminar será divulgado na
terça-feira (20). O resultado final do certame está marcado para 20 de
novembro.
Maior seleção de servidores da história, com mais de 2,1
milhões de inscritos, o CNU foi realizado em 228 cidades espalhadas por todos
os estados e o Distrito Federal (DF). Ao todo, são 6.640 vagas em 21 órgãos
federais, na primeira vez que esse formato de seleção única foi aplicado para
preencher postos de trabalho no governo federal.
Cadernos de provas já
disponíveis
O Ministério da Gestão e Inovação nos Serviços Públicos
(MGI) divulgou na noite deste domingo (8) os cadernos de questões do Concurso
Público Nacional Unificado (CPNU), conforme previsto pelo cronograma oficial.
O link para baixar os cadernos está no site do CPNU (CLIQUE AQUI). O
participante também pode encontrar as provas na página da Cesgranrio dedicada
ao CNU, por meio de login no Gov.br (CLIQUE AQUI). Estão disponíveis as questões dos oito
blocos de conhecimento.
Apelidado de Enem dos Concursos devido à sua dimensão, com
2,1 milhões de inscritos, a prova para quem concorreu às vagas de ensino médio,
no bloco 8, trouxe como tema da redação como a educação e o progresso
científico e tecnológico podem ajudar a reduzir as desigualdades.
Já nos sete blocos de nível superior, as provas
dissertativas tiveram questões específicas para cada área, com temas que
variavam desde censo escolar a mudanças climáticas e direitos humanos no
contexto indígena e situação do sistema prisional, entre outros.
Mais cedo, o MGI reforçou que quem saiu da sala de aplicação
das provas com o caderno de questões, o que era proibido, será identificado e
eliminado do CNU, conforme previsto em edital. Segundo a ministra da pasta,
Esther Dweck, há poucas pessoas nessa situação.
Datas
O CNU terá o gabarito preliminar oficial da prova objetiva
divulgado na terça-feira (20). Os participantes poderão conferir as respostas
corretas na página oficial do certame.
Depois da divulgação, os candidatos terão os dias 20 e 21 de
agosto para recorrer, caso não concorde com a resolução de alguma questão. Pelo
cronograma oficial, a imagem do cartão-resposta estará disponível em 10 de
setembro, e as notas finais das provas objetivas, após avaliados todos os
recursos, serão divulgadas em 8 de outubro.
No próprio 8 de outubro deve ser divulgada também a nota
preliminar da prova discursiva. Eventuais pedidos de revisão das questões
abertas poderão ser solicitados em 8 e 9 de outubro, com a divulgação da nota
final das discursivas previstas para 17 de outubro. As notas finais devem sair
em 21 de novembro.
As provas do CPNU foram aplicadas neste domingo em 228
cidades, em todos os estados e no Distrito Federal. Dos 2,1 milhões de
inscritos, cerca de 1 milhão compareceram para fazer as provas. O índice de
abstenções ficou dentro do esperado pelo governo.
O certame terá, também, um cadastro de reserva, em que mais
de 13 mil candidatos classificados ficarão na lista de espera, com a
possibilidade de novas convocações, inclusive para vagas temporárias que
surgirem. Os salários básicos iniciais dos aprovados variam de R$ 4.407,90 a R$
22,9 mil, conforme o cargo.
Felipe Pontes/Denise Griesinger – Agência Brasil