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A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) instaurou um
processo administrativo sancionatório contra 17 operadoras de planos e quatro
associações de saúde por cancelamentos unilaterais de contratos e por práticas
consideradas abusivas. Segundo o órgão, ligado ao Ministério da Justiça e
Segurança Pública, as práticas provocam graves consequências, como a
interrupção de tratamentos essenciais e aumento da judicialização no setor.
A decisão ocorre após a conclusão de um estudo detalhado de
monitoramento de mercado que identificou as irregularidades nas rescisões. “A
prática, que fere os princípios do Código de Defesa do Consumidor e da
regulamentação do setor de saúde suplementar, afeta diretamente a vida de
milhares de brasileiros, muitos deles em situação de vulnerabilidade devido a
problemas graves de saúde”, diz a Senacon.
Segundo o levantamento do Departamento de Proteção e Defesa
do Consumidor (DPDC), as operadoras notificadas têm utilizado lacunas
contratuais ou interpretado normas de forma prejudicial ao consumidor para
justificar rescisões. A análise feita pela Senacon aponta que os rompimentos
unilaterais ocorrem sem justificativa plausível ou descumprem o princípio da
continuidade do atendimento.
Quando o processo sancionatório for instaurado, as empresas
serão devidamente notificadas e terão prazo para apresentar defesa e corrigir
eventuais irregularidades.
Em julho deste ano, a Senacon já havia notificado as
operadoras a prestarem esclarecimentos sobre cancelamentos unilaterais de
contratos, devido ao aumento expressivo de reclamações registradas nos sistemas
consumidor.gov.br e ProConsumidor. Na época, algumas operadoras afirmaram que
os cancelamentos ocorreram em contratos coletivos e empresariais e não foram
direcionados a pessoas vulneráveis.
Os consumidores podem registrar denúncias junto aos órgãos
de defesa, como a plataforma consumidor.gov.br e os Institutos de Defesa do
Consumidor (Procons) estaduais.
Sabrina Craide – Agência Brasil