Foto: Ilustração/Pixabay
Um homem, de 56 anos, foi preso em Belo Horizonte por abusar
sexualmente da própria filha de 13 anos. A prisão foi realizada pela Polícia
Civil de Minas Gerais (PCMG) na segunda-feira (23), no bairro Providência,
Região Nordeste de Belo Horizonte.
De acordo com a PCMG, a adolescente registrou o ato através
de filmagens, anexadas ao processo contra o homem, que já foi denunciado por
outro abuso contra menor de idade em 2011.
Segundo a polícia, a menor de idade foi atendida no Hospital
Odilon Behrens e, em seguida, encaminhada à Delegacia Especializada em Proteção
à Criança e ao Adolescente em BH. Ela realizou todos os procedimentos de
profilaxia, assim como os procedimentos para evitar uma gravidez indesejada,
além de colher material genético. A delegada responsável pelo caso, Letícia
Müller, informou em coletiva de imprensa que a mãe da menina explicou a
situação.
“De acordo com a sua genitora, a adolescente teria lhe
contado que já há algum tempo o pai pedia favores sexuais em troca de alguns
presentes a ela, só que ela sempre negava. Todavia, no último final de semana
que ela foi à casa do pai - os pais são separados e ela sempre passava os
finais de semana na casa do pai - no final de semana anterior à sua vinda da
delegacia, ela relatou que o pai consumou o ato sexual. Como ela estava com o
celular nas mãos, ela conseguiu filmar a prática desse crime contra ela”, diz
Müller.
Ao ser investigado, a polícia constatou que o homem tem uma
denúncia de estupro registrada em 2011. Na ocasião, o crime teria sido cometido
contra a enteada de 15 anos. O suspeito também tem outra filha, de 25 anos, mas
a PC não fez contato com a mesma.
Conforme o relato da mãe da vítima, ela percebeu que a filha
apresentava sinais “estranhos”, como ter ido embora da casa do pai antes do
horário de costume. A menina, então, mostrou o vídeo para ela e para a avó, que
tomaram as medidas necessárias.
Segundo a delegada, fica nítido nas imagens que a vítima
estava relutante ao ato praticado pelo pai. No entanto, ainda não se sabe se
foi o próprio autor do crime que pediu para que a menina gravasse o ato - o que
configura em outro crime - ou se a própria vítima decidiu gravar. O pai da
menina sabia da existência do vídeo e confirmou o ato sexual, mas afirmou não
se tratar de estupro, pois, conforme o relato dele, a “filha pediu”.
“Qualquer espécie de ato sexual praticado contra menor de 14
anos configura estupro de vulnerável. A legislação estabelece que o menor de 14
anos não tem o discernimento para consentir com esse ato sexual, então mesmo
que chegue ao nosso conhecimento de que a adolescente namorava um menino, por
exemplo, e ela consentiu com aquele ato sexual, a legislação entende que esse
consentimento não é válido. E para a ocorrência desse crime, não precisa da
conjunção carnal em si”, explica a delegada.
A polícia já havia tentado prender o suspeito em flagrante,
mas ele fugiu, pois sabia que a família tinha tomado as medidas legais contra
ele. Devido à fuga, o Poder Judiciário decretou a prisão preventiva até que a
polícia o encontrasse. No momento da prisão, ele estava dentro de um carro de
viagem por aplicativo, possivelmente tentando se deslocar para não ser preso. O
inquérito policial foi instaurado no dia 16 deste mês.
EM