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17/11/2018

94% das pessoas atendidas aprovam o programa Mais Médicos, aponta pesquisa da UFMG e Ipespe feita em 700 municípios


Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) comprova que população assistida, médicos e gestores aprovam o programa Mais Médicos. Segundo o levantamento, 94% dos entrevistados estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o atendimento dado pelos profissionais e atribuíram nota 9 ao programa. O levantamento ouviu 14 mil pessoas em 700 municípios.

 

De acordo com a coordenadora da pesquisa, Helcimara Telles, o estudo derruba muitas críticas que foram feitas no início do programa, como o de que a população teria dificuldade de se comunicar por causa da língua e da baixa qualificação dos médicos. “Essas críticas não encontraram respaldo nas opiniões levantadas pelo estudo. 84% dos entrevistados disseram não ter dificuldade de entender e se comunicar e 98% dos médicos que viveram tem especialização”, completa.



 

Para a secretária de Saúde do Município de Trindade (GO), Gercilene Ferreira, essa dificuldade foi apenas inicial. “A comunidade se adapta. É uma questão de acolhimento, a comunicação é feita por meio do exame, da anamnese, da linguagem corporal. Isso se sobressai à linguagem e cria uma comunicação médico-paciente”, comenta a secretária, que está à frente da pasta há dois anos.

 

O estudo também ouviu a opinião dos profissionais de saúde – 391 médicos foram entrevistados. Segundo o estudo, 93% deles com CRM Brasil afirmaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a participação no Programa. A nota data pelos profissionais foi 9.1 numa escala de zero a dez. “As pessoas que criticam o programa não conhecem a necessidade população”, opina o médico Luis Adriano Raiter. Ele ingressou no programa no primeiro ciclo, em agosto de 2013. Formado em Madri há 13 anos viu no Mais Médicos a oportunidade de voltar ao Brasil, com sua família, e contribuir atendendo a população carente. “É muito gratificante”.

 

A pesquisadora Helcimara Teles avalia que a satisfação da população é justificada pela qualidade da consulta. “O paciente percebe que o tempo aumentou, que não tem pressão e o interesse do médico. Tudo isso tem impacto muito grande nesta avaliação”. Dos entrevistados, 83% disseram que a qualidade do atendimento médico está melhor ou muito melhor após a chegada dos profissionais do programa. Para 87%, a atenção do profissional durante a consulta melhorou e 82% afirmaram que as consultas passaram a resolver melhor os seus problemas de saúde.

 

Ao avaliar os serviços de saúde, as pessoas entrevistadas apontaram, de forma espontânea, que o número de consultas (41%), o fato dos médicos estarem mais atenciosos (35%) e o tempo maior de consulta (8%) foram os fatores que contribuíram para a melhoria no serviço. Já sobre os pontos positivos promovidos pelo programa, 60% destacou a presença constante do médico e o cumprimento da carga horária e 46% disseram que o acesso às consultas melhorou.

 

Para a pesquisadora, o desafio para o futuro é manter este padrão Mais Médicos de qualidade no atendimento, mesmo com as mudanças já esperadas para o Programa, como por exemplo, a inserção de médicos com o perfil diferente do atual.

 

Negativos

 

Entre os pontos negativos apontados pela população estão a falta de medicamentos e de condições de infraestrutura, embora eles tenham percebido uma melhora. Para 56% dos pacientes entrevistados, o acesso aos medicamentos melhorou e para 11% houve uma piora – Ministério da Saúde.

 

Carlos Magno