Pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) e Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe)
comprova que população assistida, médicos e gestores aprovam o programa Mais
Médicos. Segundo o levantamento, 94% dos entrevistados estão satisfeitos ou
muito satisfeitos com o atendimento dado pelos profissionais e atribuíram nota
9 ao programa. O levantamento ouviu 14 mil pessoas em 700 municípios.
De acordo com a coordenadora da pesquisa, Helcimara Telles,
o estudo derruba muitas críticas que foram feitas no início do programa, como o
de que a população teria dificuldade de se comunicar por causa da língua e da
baixa qualificação dos médicos. “Essas críticas não encontraram respaldo nas
opiniões levantadas pelo estudo. 84% dos entrevistados disseram não ter dificuldade
de entender e se comunicar e 98% dos médicos que viveram tem especialização”,
completa.
Para a secretária de Saúde do Município de Trindade (GO),
Gercilene Ferreira, essa dificuldade foi apenas inicial. “A comunidade se
adapta. É uma questão de acolhimento, a comunicação é feita por meio do exame,
da anamnese, da linguagem corporal. Isso se sobressai à linguagem e cria uma
comunicação médico-paciente”, comenta a secretária, que está à frente da pasta
há dois anos.
O estudo também ouviu a opinião dos profissionais de saúde –
391 médicos foram entrevistados. Segundo o estudo, 93% deles com CRM Brasil
afirmaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a participação no
Programa. A nota data pelos profissionais foi 9.1 numa escala de zero a dez.
“As pessoas que criticam o programa não conhecem a necessidade população”,
opina o médico Luis Adriano Raiter. Ele ingressou no programa no primeiro
ciclo, em agosto de 2013. Formado em Madri há 13 anos viu no Mais Médicos a
oportunidade de voltar ao Brasil, com sua família, e contribuir atendendo a
população carente. “É muito gratificante”.
A pesquisadora Helcimara Teles avalia que a satisfação da
população é justificada pela qualidade da consulta. “O paciente percebe que o
tempo aumentou, que não tem pressão e o interesse do médico. Tudo isso tem
impacto muito grande nesta avaliação”. Dos entrevistados, 83% disseram que a
qualidade do atendimento médico está melhor ou muito melhor após a chegada dos
profissionais do programa. Para 87%, a atenção do profissional durante a
consulta melhorou e 82% afirmaram que as consultas passaram a resolver melhor
os seus problemas de saúde.
Ao avaliar os serviços de saúde, as pessoas entrevistadas
apontaram, de forma espontânea, que o número de consultas (41%), o fato dos
médicos estarem mais atenciosos (35%) e o tempo maior de consulta (8%) foram os
fatores que contribuíram para a melhoria no serviço. Já sobre os pontos
positivos promovidos pelo programa, 60% destacou a presença constante do médico
e o cumprimento da carga horária e 46% disseram que o acesso às consultas
melhorou.
Para a pesquisadora, o desafio para o futuro é manter este
padrão Mais Médicos de qualidade no atendimento, mesmo com as mudanças já
esperadas para o Programa, como por exemplo, a inserção de médicos com o perfil
diferente do atual.
Negativos
Entre os pontos negativos apontados pela população estão a
falta de medicamentos e de condições de infraestrutura, embora eles tenham
percebido uma melhora. Para 56% dos pacientes entrevistados, o acesso aos
medicamentos melhorou e para 11% houve uma piora – Ministério da Saúde.
Carlos Magno