O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta 2ª feira
que o brasileiro “não sabe” o que é ditadura. A declaração foi dada após
conversa do militar por telefone com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor
Orbán.
“A Hungria é 1 país que sofreu muito com o comunismo no
passado, tem 1 povo que sabe o que é ditadura. O povo brasileiro não sabe o que
é ditadura aqui ainda. Não sabe o que é sofrer nas mãos dessas pessoas”,
afirmou a jornalistas, em frente ao condomínio onde mora na Barra da Tijuca, no
Rio de Janeiro, ao voltar de uma agência bancária.
Bolsonaro disse que o primeiro-ministro húngaro o telefonou para
parabenizá-lo por sua vitória nas eleições de outubro. Orbán também teria
manifestado a intenção de comparecer à posse do presidente eleito no dia 1º de
janeiro. “Ele está muito feliz com a nossa eleição”, disse.
Segundo Bolsonaro, os 2 conversaram ainda sobre a
possibilidade de firmarem futuras parcerias entre os países.
Viktor Orbán é primeiro-ministro desde 2010 e integra o
Fidesz, partido de extrema direita que tem, atualmente, a maior bancada de
deputados no país europeu. Orbán é alvo de críticas principalmente pelo
política anti-migratória.
Violações da Hungria
Em setembro, o Parlamento Europeu acionou pela 1ª vez o
artigo 7º do Tratado da União Europeia e recomendou a instauração de 1
procedimento disciplinar contra a Hungria por violações graves a direitos de
imigrantes e por ignorar regras democráticas. O artigo determina, como sanção
máxima, a suspensão dos direitos de voto do Estado-membro.
Questionado sobre essa situação, Bolsonaro afirmou que a
Europa está sofrendo com a imigração desordenada. O presidente eleito também
criticou a Lei de Migração brasileira, aprovada em 2017.
“Eu fui contra essa última Lei de Migração. Ela transformou
o Brasil em 1 país sem fronteiras. Não podemos permitir a entrada
indiscriminada de quem quer vir para cá. Se essa lei continuar em vigor,
qualquer um pode entrar aqui e chega aqui com mais direitos do que nós”,
afirmou.
O presidente eleito também comentou o embate entre ONGs
(Organizações não-governamentais) e o governo da Hungria, sinalizando como
pretende abordar a questão durante seu mandato.
Em agosto, ONGs húngaras denunciaram que o governo de Orbán
estaria deixando refugiados passarem fome para afugentá-los do país.
“Se são não-governamentais porque receber dinheiro do
governo? [No Brasil] empresas públicas não vão financiar ONGs para fazer
campanha contra os interesses nacionais”, disse – Poder 360.
Carlos Magno