A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou este mês a nova tradução oficial da Bíblia Sagrada.
O ato aconteceu durante a reunião do Conselho Permanente da entidade e contou
com a participação de bispos, padres e convidados. “Este é um momento de
evangelização da nossa Conferência Episcopal. Nós tivemos um longo caminho,
foram muitos anos de trabalho e de dedicação de muitas pessoas”, afirmou o
secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, na mesa de abertura.
Como recomenda o Concílio Vaticano II, a tradução oficial da
Bíblia se baseia nos textos originais hebraicos, aramaicos e gregos, comparados
com a Nova Vulgata – a tradução oficial católica. O projeto teve início em
2007, quando a coordenação de tradução e revisão, composta pelos padres Luís
Henrique Eloy e Silva, padres Ney Brasil Pereira (in memorian) e Johan Konings,
fez a revisão integral conjunta, enquanto os professores padre Cássio Murilo
Dias, dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa e Maria de Lourdes Lima colaboraram em
algumas partes.
Durante o lançamento, o coordenador de tradução e revisão da
Bíblia, padre Luís Henrique afirmou que a revisão se compôs de características
diversas das traduções anteriores. De acordo com ele, no início visava-se um
texto mais apurado em vista de outros objetivos como, por exemplo, o texto como
referência para os documentos oficiais para os bispos do Brasil. Ele fez
questão de enfatizar que, essa tradução, visou também uma maior facilitação à
memória bíblica do país.
Assim como a Nova Vulgata, a nova Bíblia da CNBB leva em
conta novas descobertas documentais e a crescente valorização das antigas
traduções gregas, siríacas, egípcias e latinas, às vezes mais antigas ou de
maior importância para a Igreja que os textos comumente considerados como os
mais originais.
Padre Johan Konings, vice-coordenador de tradução e revisão
da Bíblia destacou durante o lançamento que nem a Nova Vulgata, nem a nova
tradução da Bíblia pretendem restabelecer um “texto original” único, mas
procuram representar os textos que os primeiros cristãos conheceram, citaram e
comentaram.
As introduções e notas, bem como os títulos e subtítulos das
seções, embora aprovados pela Comissão para a Doutrina da Fé, não possuem
caráter oficial, mas, baseadas em fontes científicas, fazem desta edição uma
verdadeira “Bíblia de estudo”, servindo para cursos de Bíblia e de Teologia ,
em sintonia com as orientações do Magistério católico. Segundo o presidente da
Comissão para a Doutrina da Fé da CNBB, dom Pedro Carlos Cipollini, a tradução
é importante para a Igreja no Brasil porque serve de referencial. “A CNBB tem
uma tradução aprovada e isso faz a diferença no sentido de que dá uma segurança
maior no uso desse texto nas várias atividades da nossa Igreja”, disse o bispo.
Ao final do lançamento, o presidente da CNBB, dom Sergio da
Rocha agradeceu aos exegetas e a todos os que colaboraram no aprimoramento das
várias edições da Bíblia da CNBB, e de modo especial, nesta nova tradução.
“Confiamos esta Bíblia Sagrada – Tradução Oficial da CNBB a Maria, Mãe da
Igreja, discípula fiel do Senhor, que acolheu, meditou e cumpriu a Palavra”,
disse o bispo.
A Bíblia Sagrada está disponível para venda no site da
Editora da CNBB – Do site da CNBB.
Carlos Magno