O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que foi
preso nesta quinta-feira pela Polícia Federal, assumiu a liderança do amplo
esquema de corrupção no Estado após a prisão do ex-governador Sérgio Cabral,
que coordenava o esquema anteriormente, e continuou a cometer crimes apesar do
andamentos das investigações, afirmou a procuradora-geral da República, Raquel
Dodge.
A PGR, que apresentou a petição ao Superior Tribunal de
Justiça (STJ) que resultou na prisão de Pezão e de mais oito pessoas, afirmou
que o pedido de prisão tem como objetivo interromper a prática de atividade
criminosa, em especial a lavagem do dinheiro obtido de forma ilegal.
Segundo Dodge, Pezão assumiu a liderança do esquema após a
prisão de Cabral em novembro de 2016 e incluiu novos participantes na
organização criminosa em substituição a outros que foram presos.
"Mesmo depois das prisões já feitas em relação aos que
lideravam até recentemente esse esquema criminoso, houve uma nova liderança, e
é nessa perspectiva que reponta a atuação do atual governador do Rio de
Janeiro, que assume a liderança desse esquema e nele inclui novos atores, o que
evidencia que houve uma sucessão com novos participantes sob uma nova
liderança", disse Dodge em entrevista coletiva na sede da PGR.
Pezão, foi secretário de Obras e vice-governador de Cabral
entre 2007 e 2014, foi preso pela PF na manhã desta quinta-feira na residência
oficial por suspeita de receber ao menos 39 milhões de reais em propina em
valores atualizados.
Pezão, de 63 anos, tomou posse como governador em abril de
2014 depois que Cabral renunciou ao cargo, e foi reeleito naquele mesmo ano
para um mandato até o fim deste ano.
Cabral está preso desde novembro de 2016 condenado em
diversas ações de corrupção – Reuters.
Carlos Magno