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30/11/2018

Parte do acervo do cartunista paraibano Fred Ozanan vai para o Museu Nacional da Imprensa de Porto, em Portugal


O cartunista Fred Ozanan formalizou parceria de intercâmbio cultural com o Museu Nacional da Imprensa da cidade de Porto, Portugal e a sua coleção do jornal Pasquim será doada a um dos mais importantes museus da Europa, contrato assinado em Piracicaba, São Paulo, juntamente com o Luiz Humberto Marcos, presidente do museu.

 

O jornal Pasquim foi o mais importante semanário alternativo do Brasil, editado entre 26 de Junho de 1969 e 11 de Novembro de 1991, reconhecido pela contundência e oposição ao regime militar, chegando a uma tiragem de 200 mil exemplares nos anos 70, um verdadeiro fenômeno do mercado editorial brasileiro, autêntico porta-voz da indignação social brasileira.



 

O cartunista Fred Ozanan, além de artista do traço, sempre teve a sua carreira vinculada aos aspectos históricos do humor gráfico brasileiro, ao ponto de possuir todos os exemplares d’O Pasquim desde o número 1, tendo ainda no início da carreira publicado várias vezes até o fechamento definitivo do jornal em 1991, colaborando com a Associação dos Cartunistas do Brasil quando da edição do documentário a História do Pasquim-Subversão do Humor, repassando alguns exemplares e uma entrevista com o cartunista Fortuna, que integrou a equipe do jornal ao lado de Ziraldo, Millor, Jaguar, Claudios,  Henfil e outros.

 

O Museu Nacional da Imprensa possui um interessante e valioso património tipográfico e publicações históricas o qual retrata a história da imprensa e artes gráficas de Portugal e do mundo que é divulgada através de exposições, oficinas e outras atividades culturais, educativas e turísticas ininterruptamente.



 

A entrega oficial dos exemplares do Pasquim, acontecerá no próximo ano, oportunidade em que o cartunista Fred Ozanan estará na cidade do Porto participando de exposição individual, oficinas pedagógicas e workshops.

 

Fred Ozanan ao longo de sua carreira conseguiu construir um importante acervo do humor gráfico brasileiro, parte do qual foi totalmente destruído por um trabalho negligente da ENERGISA, forçando o cartunista a parar com a sua atividade, encerrando inclusive,  projetos voluntários nas escolas e participação em salões, desmotivação que levou o artista a decidir se desfazer dessa importante página da história da comunicação do Brasil – Assessoria.

 

Carlos Magno