O cartunista Fred Ozanan formalizou parceria de intercâmbio
cultural com o Museu Nacional da Imprensa da cidade de Porto, Portugal e a sua
coleção do jornal Pasquim será doada a um dos mais importantes museus da Europa,
contrato assinado em Piracicaba, São Paulo, juntamente com o Luiz Humberto
Marcos, presidente do museu.
O jornal Pasquim foi o mais importante semanário alternativo
do Brasil, editado entre 26 de Junho de 1969 e 11 de Novembro de 1991,
reconhecido pela contundência e oposição ao regime militar, chegando a uma
tiragem de 200 mil exemplares nos anos 70, um verdadeiro fenômeno do mercado
editorial brasileiro, autêntico porta-voz da indignação social brasileira.
O cartunista Fred Ozanan, além de artista do traço, sempre
teve a sua carreira vinculada aos aspectos históricos do humor gráfico
brasileiro, ao ponto de possuir todos os exemplares d’O Pasquim desde o número
1, tendo ainda no início da carreira publicado várias vezes até o fechamento
definitivo do jornal em 1991, colaborando com a Associação dos Cartunistas do
Brasil quando da edição do documentário a História do Pasquim-Subversão do
Humor, repassando alguns exemplares e uma entrevista com o cartunista Fortuna,
que integrou a equipe do jornal ao lado de Ziraldo, Millor, Jaguar, Claudios, Henfil e outros.
O Museu Nacional da Imprensa possui um interessante e
valioso património tipográfico e publicações históricas o qual retrata a
história da imprensa e artes gráficas de Portugal e do mundo que é divulgada
através de exposições, oficinas e outras atividades culturais, educativas e
turísticas ininterruptamente.
A entrega oficial dos exemplares do Pasquim, acontecerá no
próximo ano, oportunidade em que o cartunista Fred Ozanan estará na cidade do
Porto participando de exposição individual, oficinas pedagógicas e workshops.
Fred Ozanan ao longo de sua carreira conseguiu construir um
importante acervo do humor gráfico brasileiro, parte do qual foi totalmente
destruído por um trabalho negligente da ENERGISA, forçando o cartunista a parar
com a sua atividade, encerrando inclusive,
projetos voluntários nas escolas e participação em salões, desmotivação
que levou o artista a decidir se desfazer dessa importante página da história
da comunicação do Brasil – Assessoria.
Carlos Magno