O ano de 2018 está chegando ao fim com a sensação de que ele
foi pior para os negócios do que 2017, mas com otimismo de que 2019 será
economicamente melhor que ele. Esse é o resumo do que pensam a maior parte dos
5,8 mil micros e pequenos empresários ouvidos pelo Sebrae nacional em uma
pesquisa recente que analisou a situação do segmento nos últimos meses do ano,
bem como as suas perspectivas para 2019.
O levantamento, realizado pela Unidade de Gestão
Estratégica, ouviu microempreendedores individuais e micro e pequenos
empresários da indústria, do comércio e do setor de serviços de todos os estados
brasileiros, incluindo a Paraíba.
Segundo os dados, 46,6% dos empresários ouvidos relataram
que 2018 foi pior para os negócios do que 2017, enquanto 26,3% afirmaram que
este ano trouxe melhores resultados que o anterior. Já 26% dos entrevistados
afirmaram que não houve diferença entre os dois anos.
Ainda falando sobre a avaliação de 2018, a maioria dos
entrevistados acredita que a corrupção (29,8%), as taxas de juros elevadas
(19,7%) e os altos níveis de desemprego (18,7%) foram os problemas que mais
prejudicaram suas empresas durante o ano. Já quando perguntados sobre o que
mais tem pressionado para cima os custos de sua empresa, 29,7% apontaram os
impostos e taxas, 17,1% a mão de obra e 15,8% as matérias-primas e mercadorias.
Para o analista técnico do Sebrae Paraíba, Antônio Teixeira
Neto, os dados da pesquisa refletem o cenário de incertezas que marcou 2018. “O
ano foi mais difícil para o empresariado, pois o cenário de incerteza política
e, consequentemente, econômica, faz com que os cidadãos não tomem decisões
sobre investimento e consumo de médio e longo prazo, o que afeta diretamente a
decisão do empresário. Por exemplo, o cidadão não vai reformar a casa ou
comprar um veículo em um cenário de incertezas, principalmente se essa decisão
envolver o endividamento. Como consequência disso, o empresário não vai
aumentar seus estoques e não vai fazer investimentos”, explicou.
Apesar dessas avaliações sobre 2018, quando o assunto
abordado foi a expectativa para o próximo ano, a maioria dos entrevistados
demonstrou uma visão otimista em relação ao seu negócio. Conforme os números,
67% acreditam que 2019 será melhor que 2018, enquanto 14,1% acham que não
haverá diferença e 9,9% disseram esperar uma piora de cenário.
Além das projeções, o otimismo dos micro e pequenos
empreendedores também se reflete nas estratégias empresariais planejadas para o
próximo ano, já que 67,1% dos ouvidos revelaram que pretendem adotar novas
medidas para estimular as vendas em 2019. Desse total, 38,5% pretendem reforçar
ações de marketing e propaganda, 26,9% querem aumentar a variedade de produtos
oferecidos aos clientes, 13,5% investir em cursos e treinamentos e 11,1%
avaliam reduzir preços.
Também no campo do planejamento, mais da metade (52,8%) dos
empresários entrevistados manifestou a intenção de realizar algum investimento
no negócio durante o próximo ano. Nesse caso, 51% querem modernizar a empresa
com novos produtos e processos, 23,5% esperam ampliar a capacidade produtiva,
enquanto 14,4% se programam para investir na capacitação de funcionários.
“Os negócios são movidos por expectativas, logo o
investimento é realizado quando há expectativa de crescimento. Então, do ponto
de vista econômico, o país está dando os primeiros sinais de retomada de
crescimento, e isso já sinaliza para os empresários que 2019 será melhor que
2018”, ressaltou Antônio Neto – Assesoria.
Carlos Magno