O futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, anunciou nesta
terça-feira (4), em uma entrevista coletiva na sede do governo de transição,
que o delegado da Polícia Federal (PF) Luiz Pontel ocupará o posto de
secretário-executivo do Ministério da Justiça no governo de Jair Bolsonaro, o
segundo mais importante da pasta. Atualmente, Pontel é o secretário nacional de
Justiça, uma das áreas mais estratégicas do ministério.
O ex-juiz federal também informou que o general da reserva
do Exército Guilherme Theophilo comandará a Secretaria Nacional de Segurança
Pública.
Luiz Pontel já foi o número dois na hierarquia da Polícia
Federal (diretor-executivo) e é ligado ao ex-diretor-geral da corporação
Leandro Daiello e ao atual diretor-geral, Rogério Galloro.
Pontel também já foi adido da PF em Lisboa e trabalhou na
Secretaria Nacional de Justiça como gerente de projeto.
Moro destacou aos jornalistas que o futuro
secretário-executivo participou da investigação do caso Banestado e contribuiu para
a primeira prisão do doleiro Alberto Youssef, um dos primeiros delatores da
Operação Lava Jato.
“[Pontel] participou da investigação do caso Banestado,
inclusive, foi um dos principais responsáveis pela primeira prisão do Alberto
Youssef. E, naquela época, foi possível constatar a absoluta integridade do
delegado Pontel", declarou Moro aos repórteres na entrevista concedida no
Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
Sobrinho de um antigo rival do senador Tasso Jereissati
(PSDB-CE), o general da reserva Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
disputou, em outubro, o governo do Ceará pelo PSDB, mas não se elegeu. Segundo
o futuro ministro da Justiça, Theophilo se desfiliou do PSDB.
"Não existe nenhuma indicação
político-partidária", enfatizou Moro.
Atualmente, a secretaria integra a estrutura do Ministério
da Segurança Pública, pasta que será incorporada ao Ministério da Justiça na
gestão de Bolsonaro. A secretaria é responsável pela Força Nacional de
Segurança Pública, grupo de elite utilizado pela União em diferentes ações na
área de segurança.
Segundo o perfil do general publicado no site do PSDB do
Ceará, Theophilo passou para a reserva neste ano. O futuro secretário de
Segurança Pública ingressou na caserna em 1966, nos bancos escolares do Colégio
Militar de Fortaleza.
Com 52 anos de carreira militar, Theophilo chegou ao posto
de general de exército (quatro estrelas), o topo da carreira no Exército. Em
meio à carreira na caserna, ele atuou como comandante militar da Amazônia.
Ao anunciar Theophilo para a chefia da Secretaria Nacional
de Segurança Pública, Moro declarou que a "tarefa" do futuro
secretário será "padronizar" procedimentos na área de segurança
pública nos estados.
"A tarefa do novo secretário, general Guilherme Theophilo,
vai ser a de ajudar a reestruturar, resguardada as autonomias, tentar
padronizar procedimentos, padrões de serviços e gestão envolvendo a segurança
pública nos estados", explicou o futuro ministro.
Moro disse ainda que está "bastante impressionado"
com o trabalho de reestruturação da segurança pública do Rio de Janeiro
comandado pelo interventor federal, general Walter Braga Netto.
"Entendo que um trabalho similar, respeitado
evidentemente a autonomia dos estados do Distrito Federal, é o objetivo na
Senasp [Secretaria Nacional de Segurança Pública]", disse Moro – G1.
Carlos Magno