A PGR (Procuradoria-Geral da República) informou nesta
terça-feira (11) que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) liderou uma organização
criminosa com o objetivo de comprar apoio político de outros partidos para sua
candidatura presidencial, em 2014.
Segundo depoimentos de Joesley Batista e Ricardo Saud, do
grupo J&F, o senador captou R$ 128 milhões em vantagens indevidas, sendo R$
109,3 milhões para a campanha.
O dinheiro teria sido destinado ao próprio Aécio e a 12
partidos que o apoiaram na disputa presidencial, como o DEM, Solidariedade e
PTB.
Com base nesses fatos, os investigadores deflagraram a
Operação Ross e pediram ao Supremo Tribunal Federal uma série de mandados de
busca e apreensão contra Aécio e outros congressistas.
Ainda segundo as investigações, parte do dinheiro foi
entregue, em espécie, ao senador. O restante dos repasses foi viabilizado por
transferência bancária e pelo pagamento de serviços simulados. No inquérito,
são investigados os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com a PGR, Aécio solicitou propina ao grupo
empresarial 4 vezes. Em 1 dos pedidos, solicitou R$ 100 milhões para a campanha
presidencial.
“Recebeu R$ 109.344.238,00, parte em espécie, parte por
depósitos bancários a pessoas fisicas, parte em pagamentos de serviços
simulados e lavados em notas fiscais ideologicamente falsas4; parte em doações
oficiais a diretórios e candidatos do PSDB, no valor de R$ 64.633.000,00; do
PTB, R$ 20.000.000,00; do Solidariedade, R$ 15.000.000,00, além de outros
candidatos/partidos do DEM, PTN, PSL, PTC, PSC, PSDC, PT do B, PEN e PMN, no
valor de R$ 10.380.000,00, para “comprar” apoio político deles para a campanha
presidencial nas eleições de 2014″, informa a PGR.
O que diz Aécio Neves
Aécio Neves afirmou nesta 3ª feira que o dinheiro apontado
como propina fez parte de doações à sua campanha de 2014 e que delatores mentem
em busca de impunidade.
“O seu Joesley Batista, em busca de manutenção de sua
imunidade penal, falseia informações“, disse o tucano.
O senador disse que seus advogados estão em contato com a
Polícia Federal para que seu depoimento ocorra o mais rápido possível – Poder 360.
Carlos Magno