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14/12/2018

Ataque na Catedral de Campinas: trechos de diário do atirador mostram que ele planejava um grande massacre


A Polícia Civil divulgou na tarde desta sexta-feira (14) novos trechos do "diário" escrito pelo atirador da Catedral Metropolitana de Campinas (SP), onde ele cita "massacre" e a vontade de "fazer algo grande". Além disso, delegados do caso afirmaram que ele preparava um arsenal, após apreensão de munições e quatro carregadores sem uso durante nova vistoria no quarto dele, em Valinhos (SP).

 

Veja abaixo transcrições dos textos:

 

“Infelismente elas só param com ajuda profissional (o estado negou, minha família negou) ou com um massacre”;

 

Tenho que fazer algo "grande" p/q isso provoque a necessidade do "estado" fazer uma investigação rigorosa do q. aconteceu e quem são os verdadeiros culpados;

 

Minha família, infelismente é de deficientes mentais. E eu sei bem disso;

 

Não sei pq motivo mas hj (29/08/2018) elas estão com fogo no... Desde a madrugada;

 

Comecei a ver live 'PUBG' [game de tiro]. Depois de +/- 3 minutos elas invadem e começam a interferência (escandalosa, por sinal) Depois de uns dez minutos, levantei e fui carregar a CZ [arma que ele tinha em casa]. Pararam na hora. Liguei o rádio;



 

Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos foi à igreja na terça-feira, abriu fogo contra fiéis durante a missa, matou cinco pessoas e cometeu suicídio. Outras três ficaram feridas. O material divulgado nesta sexta é uma parte do "diário" apreendido pela polícia, que ainda analisa outras mensagens.

 

Interpretação da polícia

 

Videogame

 

Em coletiva nesta sexta-feira, os delegados José Henrique Ventura e Hamilton Caviola destacaram que os novos trechos do diário divulgados foram escritos por Grandolpho no ano passado. A Polícia Civil destacou que em um dos momentos ele menciona a sigla PUBG, um game de tiro.

 

"Comecei a ver live 'PUBG' [game de tiro]. Depois de +/- 3 minutos elas invadem e começam a interferência (escandalosa, por sinal) Depois de uns dez minutos, levantei e fui carregar a CZ [arma que ele tinha em casa]. Pararam na hora. Liguei o rádio."

Segundo a polícia, este trecho demonstra que o atirador se sentia perseguido e, para "proteção", carregou a pistola 9 milímetros que ele tinha em casa. O texto foi escrito em 2017.

 

Insatisfação

 

Para os delegados, o trecho em que o atirador menciona "fazer algo grande para que isso provoque a necessidade do estado fazer uma investigação rigorosa" indica insatisfação do atirador com o retorno da Polícia Civil após ter registrado boletins sobre supostas perseguições.

 

De acordo com Ventura e Caviola, Grandolpho deixou o 5º Distrito Policial irritado em uma dessas ocasiões quando procurou a polícia e foi questionado sobre imagens da denúncia.



 

Munições e próximos passos

 

As munições encontradas na casa do atirador são antigas, e no imóvel também foi localizada uma porção de maconha e recortes de jornal que tratam sobre "depressão" e "suicídio".

 

Além de ouvir depoimentos de parentes e amigos de Grandolpho, a polícia planeja pedir informações ao Ministério Público e aguarda resultados de perícias feitas nos materiais recolhidos na casa dele.

 

O ataque na Catedral

 

Euler Fernando Grandolpho entrou na Catedral Metropolitana, abriu fogo contra fiéis durante a missa, matou cinco pessoas e em seguida se matou. Outras três ficaram feridas. Entre as vítimas, quatro tiveram o óbito constado no local. Heleno Severo Alves, de 84 anos, ficou 24 horas internado no Hospital Mário Gatti, onde passou por cirurgia, mas não resistiu e morreu na quarta-feira.

 

Segundo a polícia, o atirador fez tratamento contra depressão e a família temia que ele cometesse suicídio. Ele não tinha antecedentes criminais, estudou publicidade e propaganda e foi assistente de promotoria no Ministério Público de São Paulo onde, segundo o órgão, exonerou-se em 2014 – G1.

 

Carlos Magno

 

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