A Polícia Civil divulgou na tarde desta sexta-feira (14)
novos trechos do "diário" escrito pelo atirador da Catedral
Metropolitana de Campinas (SP), onde ele cita "massacre" e a vontade
de "fazer algo grande". Além disso, delegados do caso afirmaram que
ele preparava um arsenal, após apreensão de munições e quatro carregadores sem
uso durante nova vistoria no quarto dele, em Valinhos (SP).
Veja abaixo
transcrições dos textos:
“Infelismente elas só param com ajuda profissional (o estado
negou, minha família negou) ou com um massacre”;
Tenho que fazer algo "grande" p/q isso provoque a
necessidade do "estado" fazer uma investigação rigorosa do q.
aconteceu e quem são os verdadeiros culpados;
Minha família, infelismente é de deficientes mentais. E eu
sei bem disso;
Não sei pq motivo mas hj (29/08/2018) elas estão com fogo
no... Desde a madrugada;
Comecei a ver live 'PUBG' [game de tiro]. Depois de +/- 3
minutos elas invadem e começam a interferência (escandalosa, por sinal) Depois
de uns dez minutos, levantei e fui carregar a CZ [arma que ele tinha em casa].
Pararam na hora. Liguei o rádio;
Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos foi à igreja na
terça-feira, abriu fogo contra fiéis durante a missa, matou cinco pessoas e
cometeu suicídio. Outras três ficaram feridas. O material divulgado nesta sexta
é uma parte do "diário" apreendido pela polícia, que ainda analisa
outras mensagens.
Interpretação da
polícia
Videogame
Em coletiva nesta sexta-feira, os delegados José Henrique
Ventura e Hamilton Caviola destacaram que os novos trechos do diário divulgados
foram escritos por Grandolpho no ano passado. A Polícia Civil destacou que em
um dos momentos ele menciona a sigla PUBG, um game de tiro.
"Comecei a ver live 'PUBG' [game de tiro]. Depois de
+/- 3 minutos elas invadem e começam a interferência (escandalosa, por sinal)
Depois de uns dez minutos, levantei e fui carregar a CZ [arma que ele tinha em
casa]. Pararam na hora. Liguei o rádio."
Segundo a polícia, este trecho demonstra que o atirador se
sentia perseguido e, para "proteção", carregou a pistola 9 milímetros
que ele tinha em casa. O texto foi escrito em 2017.
Insatisfação
Para os delegados, o trecho em que o atirador menciona
"fazer algo grande para que isso provoque a necessidade do estado fazer
uma investigação rigorosa" indica insatisfação do atirador com o retorno
da Polícia Civil após ter registrado boletins sobre supostas perseguições.
De acordo com Ventura e Caviola, Grandolpho deixou o 5º
Distrito Policial irritado em uma dessas ocasiões quando procurou a polícia e
foi questionado sobre imagens da denúncia.
Munições e próximos
passos
As munições encontradas na casa do atirador são antigas, e
no imóvel também foi localizada uma porção de maconha e recortes de jornal que
tratam sobre "depressão" e "suicídio".
Além de ouvir depoimentos de parentes e amigos de
Grandolpho, a polícia planeja pedir informações ao Ministério Público e aguarda
resultados de perícias feitas nos materiais recolhidos na casa dele.
O ataque na Catedral
Euler Fernando Grandolpho entrou na Catedral Metropolitana,
abriu fogo contra fiéis durante a missa, matou cinco pessoas e em seguida se
matou. Outras três ficaram feridas. Entre as vítimas, quatro tiveram o óbito
constado no local. Heleno Severo Alves, de 84 anos, ficou 24 horas internado no
Hospital Mário Gatti, onde passou por cirurgia, mas não resistiu e morreu na
quarta-feira.
Segundo a polícia, o atirador fez tratamento contra depressão
e a família temia que ele cometesse suicídio. Ele não tinha antecedentes
criminais, estudou publicidade e propaganda e foi assistente de promotoria no
Ministério Público de São Paulo onde, segundo o órgão, exonerou-se em 2014 – G1.
Carlos Magno
VEJA TAMBÉM:
- Cheirar
pum pode prevenir câncer, AVC, ataque cardíaco, artrite e demência, diz estudo
de universidade do Reino Unido
-
Assassinato de moradores de rua em Campina Grande-PB gera comoção: radialista
faz artigo em homenagem a "Maria Suvacão"
- UEPB vai ganhar curso de
Medicina no campus de Campina Grande. Veja detalhes
-Cliente que passar mais de
20 minutos em fila de banco na Paraíba receberá indenização
-
Jovem forja a própria morte para saber "quais pessoas se importariam com
sua ausência" e vem a público pedir desculpas