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15/12/2018

Deputada Estadual eleita é presa em operação da Polícia Federal contra desvio no transporte escolar


A operação Zaragata da Polícia Federal prendeu a deputada estadual eleita Ione Pedroso (Solidariedade) nesta sexta-feira (14) em Boa Vista e outras nove pessoas por suspeita de envolvimento em desvio milionário de verbas para transporte escolar.

 

Ao todo, foram expedidos pela 1ª Vara Federal do Estado de Roraima, 10 mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão. O marido de Ione, o empresário José Wallace Barbosa da Silva, está foragido.

 

A deputada eleita foi presa em casa, no bairro Paraviana, área nobre da cidade, por volta das 7h (9h de Brasília) e levada à sede da PF. Ela e o marido são suspeitos de envolvimento no esquema. A defesa deles disse que "não tem nada a declarar".



 

Ela é a segunda deputada estadual eleita a ser presa pela PF no estado. Há 15 dias Renan Filho (PRB) foi detido pela polícia por desvio no sistema prisional na mesma ação que prendeu Guilherme Campos, filho da governadora Suely Campos (PP), afastada do cargo após o decreto de intervenção federal em Roraima.

 

Outros três alvos da ação foram os ex-secretários da Fazenda Aline Karla Lira de Oliveira e Shiská Pereira e também o servidor público Thiago Lima Martinez.

 

Shiská e Martinez já estava presos em razão de outra operação que investigou desvio na merenda escolar. Os mandados contra eles foram cumpridos no Comando de Policiamento da Capital (CPC), onde está o ex-secretário, e na Cadeia Pública, onde está o servidor.

 

O advogado de Shiská informou que só vai se manifestar quando tiver acesso aos autos. O G1 tenta contato com a defesa de Aline Karla e de Thiago Martinez.

 

De acordo com a polícia, os envolvidos no esquema de desvio falsificavam documentos de prestação de serviços e licitações. Em só um dos contratos investigados, orçado em R$ 78 milhões, os pagamentos irregulares chegavam a R$ 50 milhões. Os envolvidos são servidores e empresários.

 

"Em alguns casos, certa empresa era contratada para fazer rotas de transporte já prestadas por outra empresa, a qual efetivamente prestava o serviço. Ou ainda, uma mesma empresa era contratada várias vezes para a mesma rota, recebendo vários pagamentos por uma mesma prestação", detalhou a PF.

 

Por telefone, o advogado da governadora afastada Suely Campos (PP), informou que não vai se manifestar porque sua cliente não é alvo da operação.

 

Segundo as investigações, empresas responsáveis pelo transporte também eram obrigadas a repassar até 15% do valor das faturas em propina para conseguirem ser pagas pelo governo.

 

As investigações começaram em agosto para apurar contratações emergenciais do governo por meio de dispensa de licitação com recursos do Fundeb.

 

O Ministério Público Federal, a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Estadual de Roraima atuam em conjunto. O nome da operação faz alusão ao estado de desordem em que se encontra tanto a prestação dos serviços de transporte quanto os próprios contratos públicos.

 

Os dois ex-secretários alvos da ação foram afastados dos cargos em agosto por determinação Tribunal de Contas do Estado (TCE) por suspeita de irregularidade em contrato de R$ 28 milhões.

 

Neste ano, uma paralisação de terceirizadas de transporte escolar que estão sem receber afetou mais de 30 mil alunos, segundo a Cooperativa do Transporte Escolar de Roraima, levando em alguns casos até mesmo ao adiamento do ano letivo de 2018 para o ano que vem.

 

O atraso com fornecedores, terceirizadas e salários de servidores estão relacionados ao caos finceiro que o estado enfrenta, o que foi estopim para o presidente Michel Temer (MDB) decretar intervenção federal no estado.

 

O governador eleito Antonio Denarium (PSL) foi nomeado interventor e a governadora Suely foi afastada do cargo até o fim do mandato, em 31 de dezembro.

 

Em nota, o governo de intervenção informou que Antonio Denarium apoia a operação e "espera ainda que todos os indícios de corrupção na esfera estadual sejam devidamente apurados e os envolvidos penalizados na forma da Lei" – G1.

 

Carlos Magno

 

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