A força-tarefa do Ministério Público de Goiás criada para
receber e investigar supostos casos de abuso sexual cometidos pelo médium João
de Deus recebeu até esta segunda-feira, 17, mensagens de 506 mulheres com
denúncias contra o líder espiritual. A maioria das acusações foi feita por meio
de um endereço de e-mail disponível às vítimas há sete dias. João de Deus teria
abusado sexualmente de mulheres que o procuravam na Casa Dom Inácio de Loyola,
em Abadiânia (GO), para se consultarem com ele.
Além dos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná,
Rio de Janeiro, Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do
Sul, Pará, Santa Catarina, Piauí, Maranhão e do Distrito Federal, os seis
promotores que compõem a força-tarefa registraram nos últimos dias possíveis
vítimas do médium em Mato Grosso, Ceará e Rio Grande do Norte. Há ainda
estrangeiras de seis países: Alemanha, Austrália, Bélgica, Bolívia, Estados
Unidos e Suíça.
Uma das primeiras mulheres a denunciar abusos sexuais de
João de Deus, em entrevista ao programa Conversa com Bial, foi a coreógrafa
holandesa Zahira Leeneke Maus.
João de Deus foi preso preventivamente na tarde deste
domingo, 16, por ordem da Justiça de Abadiânia. Ele se entregou à polícia após
seus advogados passarem quase dois dias negociando os termos da entrega com os
investigadores. O médium está preso no Complexo Penitenciário de Aparecida de
Goiânia, a 20 quilômetros da capital. Ele divide a cela com três advogados
desde a noite de ontem, quando chegou à cadeia após prestar depoimento e fazer
exame de corpo de delito.
Nesta segunda-feira, a defesa de João de Deus apresentou um
pedido de habeas corpus com o objetivo de reverter a prisão preventiva do líder
religioso – Veja.
Carlos Magno
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