O suspeito de matar uma mulher e o sobrinho dela confessou à
polícia que cometeu o crime por ter brigado com a vítima após se recusar a ter
relações sexuais com o jovem. Segundo a polícia, ele teria ido até a casa com o
intuito de Alexandro Matheus o ajudar no sonho de ser modelo. Os dois se
conhecerem em uma rede social. O suspeito foi preso na manhã de sábado (15), no
município de Presidente Figueiredo, a 107 quilômetros de Manaus.
De acordo com o delegado Orlando Amaral, da Delegacia
Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Ângelo Ricardo da Silva
Leocadio Junior se escondeu no município, mas foi reconhecido após a polícia divulgar
imagens de câmera de segurança que mostram homem usando roupas, sapatos, óculos
e chapéu que pertenciam ao jovem morto.
"Nós o encontramos no município e já tínhamos um
mandado de prisão em nome dele. Ele diz que conheceu a vítima uma semana antes
do crime, por uma rede social. Alexandro o convidou para ir até sua casa. Ele
disse que a vítima o ajudaria a fazer umas fotos, porque ele tinha o sonho de
ser modelo - e foi até o local para isto". disse o delegado.
O suspeito contou aos policiais ainda que, em determinado
momento, na casa das vítimas, eles se desentenderam porque ele se recusou a
praticar atos sexuais com Alexandro. Eles, então, tiveram uma luta corporal e o
suspeito deu um golpe de artes marciais na vítima e a derrubou no chão. Neste momento,
Alexandro teria batido a cabeça, segundo o Ângelo.
"Ele tenta negar isso, mas ele bateu a cabeça no chão e
ainda utilizou uma tesoura. A tia de Alexandro chegou em casa enquanto o
suspeito estava prestes a sair da casa, eles se encontraram. Ela gritou, pediu
socorro e aí ele também a matou, ao usar os mesmos meios", explicou
Amaral.
Ainda conforme o delegado, o suspeito levou equipamentos
eletrônicos, perfumes e roupas da casa das vítimas, na tentativa de
"maquiar" a cena do crime, para que parecesse um latrocínio. Todos os
objetos foram localizados pelos policiais, após a prisão de Ângelo.
No dia do crime, houve a informação que haviam preservativos
masculinos usados próximo ao corpo da vítima. Sobre isto, o delegado comentou
que ainda aguarda pelo resultado da perícia e exames feitos no dia do ocorrido,
para saber o que, de fato, aconteceu.
Apresentado em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira
(17), Ângelo preferiu não falar sobre o caso. Durante a apresentação, ele
vestia as mesmas roupas da vítima que usou para fugir do local do crime.
Família encontra
'paz' em resolução
A irmã de Alexandro e sobrinha de Arlete, Rejane Araújo de
Lima esteve presente durante a apresentação de Ângelo e parabenizou o trabalho
da polícia ao encontrar o suspeito do crime. "Agradeço muito a Deus e a
equipe do Dr. Amaral. Sabia que ia encontrar o monstro que fez isso com minha
tia e meu irmão. Ficamos um pouco em paz. Sabemos que eles não voltam mais, mas
a justiça dos homens deve ser feita", disse.
O suspeito foi encaminhado para a DEHS e deve responder pelo
crime de homicídio Qualificado. Após os proceimentos cabíveis na delegacia, ele
deve ser encaminhado para o Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM).
O caso
Alexandro Mateus Araújo de Lima, de 31 anos, e a tia dele,
Arlete Pereira de Araújo, de 70, foram encontrados mortos dentro da casa onde
moravam no dia 4 de dezembro. O caso ocorreu no Conjunto Hileia, Zona
Centro-Oeste de Manaus. Segundo a polícia, as vítimas estavam despidas e foram
mortas por agressão física.
Tia e sobrinho moravam em uma casa situada na Rua Dez. Os
corpos foram encontrados por volta das 18h por um amigo de Alexandro, que foi
até o local depois que a vítima não compareceu ao trabalho.
Ao chegar na residência, o rapaz encontrou o local trancado
e então decidiu pular o muro. Ele entrou no local e viu rastros de sangue.
De acordo com o delegado Abrahão Serruya, da Delegacia
Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), os corpos das vítimas estavam
sem roupas e em banheiros diferentes da residência. Tia e sobrinho foram mortos
por agressão e tiveram os crânios esmagados.
Ainda segundo Serruya, a residência estava com os móveis
revirados e não apresentava sinais de arrombamento. No banheiro onde Alexandro
foi encontrado, a perícia localizou preservativos masculinos usados – G1.
Carlos Magno
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