A posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), contará
com um forte esquema de segurança no ar e na terra. Além do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI) e da Secretaria de Segurança Pública do Distrito
Federal (SSP-DF), que já anunciaram esforços para garantir uma cerimônia segura
e sem surpresas para o futuro presidente e os cerca de 500 mil apoiadores que
devem marcar presença, as Forças Armadas também terão forte atuação. A Força
Aérea Brasileira (FAB) estará com aeronaves e mísseis antiaéreos como “pronta
resposta” a possíveis ameaças.
O esquema de segurança montado pela Aeronáutica segue a
logística utilizada na Copa do Mundo e nas Olimpíadas, eventos sediados no
Brasil em 2014 e 2016, respectivamente. Por meio da criação das chamadas “áreas
de exclusão”, só aeronaves autorizadas poderão sobrevoar, em um raio de 130km a
partir da Praça dos Três Poderes. Serão três: vermelha, amarela e branca.
A vermelha compreende um raio de 7,4 quilômetros, onde o
sobrevoo será proibido. As únicas exceções serão dadas a um helicóptero da
Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que fará a transmissão oficial do evento,
e a Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) da Força Aérea. É esse perímetro que
estará na mira dos mísseis antiaéreos. “O espaço é de responsabilidade do
Exército Brasileiro, que realizará a defesa antiaérea da área, utilizando
mísseis AAAE RBS 70”, destaca o comandante da 1º Brigada de Artilharia
Antiaérea, general Alexandre De Almeida Porto. A organização militar responsável
é o 11º Grupo de Artilharia Antiaérea, que fará nesta sexta-feira (28) um
ensaio para o dia da posse. A área amarela deve abarcar um raio de 46,3km,
abrangendo o Aeroporto Internacional de Brasília. Para sobrevoar a região, será
preciso coordenar autorizações junto à FAB, que assegura que nenhum voo
comercial será afetado. A área branca, considerada reservada, abrange um raio
de 129,6km. Para sobrevoá-la, não será necessário requerer autorização, apenas
o plano de voo.
O objetivo é proteger a todos os espectadores, a exemplo dos
eventos esportivos, destaca o comandante de Operações Aeroespaciais da FAB,
Major Brigadeiro do Ar Ricardo Cesar Mangrich. “Pretendemos criar uma área de
extrema segurança, impedindo a entrada de meios aéreos não autorizados. Para cumprir
o objetivo, a Força Aérea Brasileira conta com aeronaves preparadas para a
pronta resposta e mísseis antiaéreos”, declarou ao Correio.
Entre os equipamentos citados pelo major-brigadeiro, está o
drone RQ-900, uma das tecnologias mais novas da Força, que atuará fornecendo
dados para segurança e defesa do evento. “Haverá também um sistema de
interferência em drones que possam sobrevoar o local. Caso alguma aeronave
consiga entrar na área vermelha sem autorização, ela será automaticamente
identificada como hostil e estará sujeita às medidas que forem necessárias,
inclusive a destruição”, explicou Mangrich.
O reforço militar será feito pelas aeronaves F-5M, A-29,
H-60 Black Hawk, H-36 Caracal, RQ-900 Hermes e C-98 Caravan, além de
artilheiros munidos de mísseis teleguiados. Os pilotos e demais militares
estarão de prontidão para barrar possíveis interceptações que possam colocar em
risco a segurança da posse.
No chão, a segurança também será reforçada. A Esplanada dos
Ministérios vai ser interditada a partir da 0h do dia 30 de dezembro.
Vão ser quatro barreiras de revista com detectores de
metais. Ninguém poderá levar garrafas, bolsas e mochilas, sprays, máscaras,
fogos de artifício, produtos inflamáveis, armas de fogo, objetos cortantes,
drones, animais e nem carrinhos de bebê – com informações do Correio
Brasiliense e Jornal Nacional.
Carlos Magno
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