A roupa usada pela deputada estadual Ana Paula da Silva,
conhecida como Paulinha (PDT), durante a cerimônia de posse no dia 1º de
janeiro na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) provocou
repercussão nas redes sociais. O macacão vermelho com decote foi alvo de
milhares de comentários, muitos deles ofensivos. A parlamentar já foi prefeita
de Bombinhas, no Litoral Norte, duas vezes.
Uma foto tirada no dia da posse e postada pela deputada numa
página de rede social já teve mais de 8,5 mil comentários e 6,2 mil
compartilhamentos. As ofensas vieram de várias partes do país. Um dos
comentários foi feito por um homem que se identificou como policial militar.
Em entrevista à NSC TV, ela disse que sempre usou roupas
justas e decotadas e que não vai ser agora que chegou à Alesc que vai mudar.
"Claro que foi um dia de bastante sofrimento, não vou
negar. Mas eu não vou arredar o pé daquilo que eu sou. Eu quero ser feliz acima
de todas as coisas. E isso implica em me apresentar para as pessoas como eu
sou. Corpo, alma, verdadeiramente aquilo que eu sou. Acho que esse preconceito
precisa ser desconstruído. E de fato, no ambiente da política, a presença
esmagadora de homens nos faz encolher, nos faz retroagir", disse Paulinha.
Para a deputada, as pessoas estão dando atenção para coisas
que não são relevantes. "Hoje tem mais de 800 mil catarinenses esperando
procedimento médico ou cirúrgico. Nesses 30 dias, essas filas só aumentaram.
Essas sim são as questões mais importantes", declarou.
Paulinha disse também que pretende processar quem fez
comentários ofensivos contra ela.
O advogado criminalista Leonardo Costella afirma que no caso
da advogada, as pessoas que fizeram os comentários ofensivos podem ser
condenadas até a pagar indenização por danos morais.
"Esses crimes podem muito bem serem classificados por
difamação ou injúria, que são crimes contra a honra", disse.
A Assembleia Legislativa informou que o regimento interno
diz que o traje do plenário é passeio completo e que a roupa da deputada estava
de acordo, por isso não houve quebra de decoro. Disse ainda que repudia os
comentários misóginos contra a deputada.
Já o comando geral da PM afirmou que vai abrir processo
administrativo para investigar a postura do policial da reserva que postou os
comentários ofensivos.
A deputada Ana Paula foi eleita com 51.739 votos – G1.
Carlos Magno
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