O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro,
afirmou nesta terça-feira (19), ao entregar seu pacote anticrime ao Congresso
Nacional, que “no mundo real” não há crise no governo e que a nova gestão
trabalha para apresentar novas medidas, um dia após a primeira demissão no alto
escalão ministerial.
Em consonância com a tentativa do governo de transparecer
normalidade, Moro afirmou que tanto o seu pacote --com propostas legislativas
para combater o crime de corrupção, o crime organizado e crimes violentos--
quanto a reforma da Previdência são exemplos da ausência de crise.
“No mundo real não existe nenhuma crise dentro do governo. O
governo está apresentando projetos”, afirmou o ministro.
“Hoje é um projeto consistente, amanhã vai ser apresentado o
projeto da Nova Previdência, absolutamente consistente”, disse Moro a
jornalistas, após audiência com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
para apresentar o pacote, encontro que contou também com a presença dos
ministros Paulo Guedes (Economia), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Carlos Alberto
dos Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Damares Alves (Mulher, Família e
Direitos Humanos).
“Viemos aqui vários ministros... para demonstrar coesão do
governo em relação a esse projeto. O mesmo pode ser dito em relação, amanhã, ao
projeto da nova Previdência.”
A mais recente crise atingiu Gustavo Bebianno, que comandava
a Secretaria-Geral da Presidência, ocupando um gabinete no Palácio do Planalto,
exonerado na segunda-feira após turbulência que se arrastou por uma semana.
Protagonista do episódio, Bebianno é alvo de denúncias de
uso de candidaturas-laranjas em Estados para desvio de recursos eleitorais
enquanto presidia o PSL.
Mas a confusão ganhou escala mesmo quando o hoje ex-ministro
foi chamado de mentiroso pelo filho do presidente, o vereador fluminense Carlos
Bolsonaro (PSC), após Bebianno ter dito que havia conversado com o presidente
em meio às denúncias sobre irregularidades nas candidaturas.
Primeira baixa no alto escalão do governo, Bebianno foi
convidado por uma comissão do Senado, por 6 votos a 5, para explicar as
denúncias.
Em entrevistas e nota oficial, Bebianno negou irregularidade
e disse que cabe aos diretórios estaduais responderem pelas acusações.
Para o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon
(PSB-RJ), o atual governo já enfrentava crises mesmo antes de tomar posse.
“Não há crise no governo, não. O governo é a crise real”,
afirmou o deputado – Reuters.
Carlos Magno
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