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23/02/2019

Pesquisador da Universidade de Amsterdã cria aparelho capaz de detectar vida fora da terra, mesmo em planetas distantes


Não é fácil procurar sinais que indiquem vida em outros planetas. Até porque os astros com mais chance de abrigar vida ficam em outros sistemas solares; são exoplanetas a anos-luz de distância. Astrobiologia é o nome da ciência que se encarrega de tais buscas. Elas consistem, basicamente, de análises no espectro da luz estelar que passa por esses objetos — e pode revelar indícios de seres vivos.

 

Elementos como oxigênio, metano e água são tidos como bons marcadores de atividade biológica. Mas um pesquisador holandês acaba de publicar uma nova técnica que os especialistas já consideram bastante promissora aos esforços para localizar vida alienígena. Pelo menos um dos reinos da vida: o vegetal.



 

Batizado de Treepol, o mecanismo desenvolvido pelo biólogo holandês Lucas Patty, da Universidade Livre de Amsterdã, identifica a marca que a estrutura molecular dos organismos vegetais deixa nos raios de luz que absorvem e refletem. Isso só é possível graças a uma certa propriedade química chamada quiralidade.

 

Ela é determinada pela configuração geométrica das moléculas — algumas pendem para a direita (e acabam chamadas de “destras”, naturalmente) e outras para a esquerda (as canhotas). Mas o que isso tem a ver com a busca por vida extraterrestre? Acontece que a quiralidade molecular dos vegetais provoca mudança bem específica nas ondas de luz – uma polarização em formato circular, em termos mais técnicos.

 

Isso, de acordo com Lucas Patty, constitui uma bioassinatura inequívoca. “Não há sinais assim produzidos por matéria não-viva”, escrevem os pesquisadores no artigo que será publicado no periódico Astrobiology

 

A pesquisa começou a ser desenvolvida no laboratório em 2015, quando Patty analisou com seu espectropolarímetro a luz refletida por folhas de hera e ficus. Na etapa seguinte, levou seu Treepol para o telhado do prédio da universidade e apontou para a grama do campo de futebol logo ao lado. Tomou um susto — não havia nenhum sinal. “Fui até lá investigar e descobri que o time joga em grama artificial!”, explicou, visivelmente aliviado.

 

Nos testes, o dispositivo identificou com sucesso a luz polarizada circularmente por vegetais a quilômetros de distância. O próximo passo é rastrear a luz das estrelas. Parte da luz que elas emitem passa pelos planetas que orbitam cada uma delas. Se a algum desses planetas tiver vegetais, ele produzirá a tal polarização específica. E teríamos uma evidência da presença de vida ali. Se tudo der certo, então, o primeiro “contato” da humanidade com uma forma de vida alienígena será com vegetais – Superinteressante.

 

Carlos Magno

 

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