Contribuintes que acabaram de enviar a declaração do Imposto
de Renda 2019 já podem antecipar o pagamento da restituição pegando um
empréstimo no banco.
As linhas que antecipam o pagamento da restituição do
imposto podem ser atrativas porque algumas oferecem juros mais baixos do que os
cobrados no crédito consignado para funcionários privados, por exemplo.
Nas três instituições financeiras que enviaram informações
ao site EXAME (Banco do Brasil, Itaú e Santander), os juros mínimos cobrados
nessas linhas variam de 1,79% ao mês, taxa cobrada pelo Banco do Brasil, a
3,69% ao mês, juros cobrados pelo Santander.
Os juros vão variar em cada instituição financeira conforme
o perfil de risco do cliente e o relacionamento dele com o banco.
Segundo dados do Banco Central, os juros do crédito
consignado para trabalhadores privados variam, em média, de 2,18% a 3,03% ao
mês nos grandes bancos.
Veja a seguir as condições oferecidas pelos bancos para quem
quer antecipar a restituição do imposto:
Como antecipar o
dinheiro
Para contratar a linha de crédito, é necessário ser
correntista do banco, ter o valor do crédito aprovado e receber o valor da
restituição pelo banco no qual será tomado o empréstimo. Dessa forma, o banco
tem a garantia de que irá receber o dinheiro e consegue cobrar taxas de juros
menores.
Ao antecipar a restituição, os bancos geralmente exigem o
recibo de entrega da declaração, que comprova que o contribuinte informou sua
conta no banco para receber o dinheiro.
O saldo da restituição pode ser consultado antes do envio
dos dados à Receita. Após o preenchimento do documento, o programa gerador da
declaração faz o cálculo automaticamente e mostra se o contribuinte terá
imposto a pagar ou a restituir.
Além das taxas de juros cobradas no adiantamento da restituição,
é necessário verificar o Custo Efetivo Total (CET) do crédito, que inclui taxas
e outros encargos cobrados pelo banco.
Em cada banco a linha pode ser contratada até uma data
limite. No Santander, é possível solicitar o crédito de antecipação do IR até
30 de outubro. No Itaú, até 31 de outubro. Já no BB, até 30 de setembro.
Quando compensa
Antecipar a restituição do Imposto de Renda pode valer a
pena se o empréstimo substituir dívidas já existentes que possuam juros mais
altos do que os oferecidos na linha, como o cheque especial e o rotativo do
cartão de crédito, as linhas mais caras do mercado.
Especialistas não aconselham a antecipação do valor da
restituição caso o contribuinte pretenda utilizar o dinheiro para a compra de
um bem, por exemplo.
Ainda que as taxas cobradas no adiantamento da restituição
sejam menores quando comparadas a outras linhas de crédito, elas não são tão
baixas a ponto de compensarem a contratação do empréstimo apenas para consumo.
Empréstimo tem riscos
Se o contribuinte fornecer informações inconsistentes à
Receita, pode cair na malha fina se não retificar a declaração ao longo do ano.
Neste caso, o valor da restituição pode ser pago apenas a partir do ano que
vem, nos lotes residuais.
Independentemente de ter recebido ou não a restituição até o
último lote pago pela Receita nesse ano, o valor antecipado da restituição pode
ser debitado automaticamente da conta corrente pelo banco.
Essa característica torna o crédito arriscado, e pode gerar
uma nova dívida caso o tomador do crédito não tenha saldo suficiente para
quitar a dívida em sua conta corrente na data do pagamento.
A maioria dos bancos debitam o valor automaticamente quando
o cliente recebe a restituição ou, no máximo, em dezembro, logo após a data de
pagamento do último lote, o que ocorrer primeiro.
Se o contribuinte precisar corrigir a declaração, o valor do
imposto a ser restituído pode ser modificado. No entanto, o banco continuará a
considerar o valor da restituição informado no momento da contratação do crédito,
o que representa outro risco da operação. Caso o valor da restituição seja
menor do que o calculado inicialmente, será necessário arcar com os custos
adicionais do empréstimo – Exame.
Carlos Magno
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