Ao menos um dos dois atiradores responsáveis pela morte de
seis alunos e duas funcionárias da Escola Estadual Raul Brasil na manhã desta
quarta-feira, 13, estudou na unidade em Suzano, na região metropolitana de São
Paulo, afirmaram estudantes do colégio.
Segundo relatou a VEJA um grupo de estudantes em frente ao
local, um dos rapazes – Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos – ameaçou seus
colegas há três dias, em um shopping, e os avisou para “ficarem espertos”.
Segundo esse mesmo jovem, que pulou o muro e fugiu no momento dos tiros, o
atirador não sofria bullying e publicava fotos com armas nas redes sociais. Em
um de seus perfis, o atirador se identificava como “Guilherme Alan” e postou
uma foto com máscara e arma antes do ataque.
Em entrevista a VEJA, o avô de Guilherme afirmou que o
adolescente sempre morou com ele e com sua avó – que faleceu recentemente – por
não ter contato com os pais, que eram dependentes químicos. Segundo ele,
Guilherme trabalhou na concessionária de Jorge, seu tio, que foi atingido por
um disparo feito pelo próprio sobrinho, e foi demitido do estabelecimento há
dois anos. “Era um menino bonzinho, não tinha problemas com drogas e nunca me
deu trabalho”, disse o avô, que preferiu não se identificar.
O avô também contou que pagava um tratamento de pele para
Guilherme, que tinha vergonha de suas espinhas. O adolescente tem duas irmãs
mais novas, que também moravam com o avô.
O outro atirador, que também cometeu suicídio, é Luiz
Henrique de Castro, de 25 anos. Segundo Fabrício Tsutsui, advogado da família
de Luiz, todos estão em choque com o ocorrido. “A família é formada por idosos
e estão todos perplexos”, afirmou Tsutsui. Castro era auxiliar de jardinagem e
saiu normalmente para trabalhar nesta manhã. Ele morava com os pais e os avós e
não dava qualquer indício de que poderia cometer esse crime.
O tio de Luiz, Américo José Castro, disse a VEJA que o rapaz
trabalhava com o pai, em Guaianases. Eles saíram juntos para trabalhar, nesta
terça-feira, mas no meio do caminho disse que estava se sentindo mal e voltou.
“Era um garoto tranquilo, gostava de jogar com os amigos. Era corintiano, mas
ultimamente dizia que torcia para o Barcelona”, afirmou Américo.
“Encontrei o Luiz e o Guilherme ontem mesmo, os cumprimentei
normal. Somos amigos há vários anos, íamos na lan house juntos. Eram moleques
normais. O Guilherme teve esse problema de espinha, mas não sofria bullying, eu
estudei com ele, ele tinha vários amigos. Nunca falou sobre armas”, disse Bruno
César, que mora na mesma rua dos atiradores.
O massacre ocorreu pouco após as 10h, quando os dois
atiradores abriram fogo dentro da escola. Ao todo, oito pessoas foram mortas,
sendo seis alunos e duas funcionárias. Os dois autores se suicidaram em
seguida. O crime aconteceu durante o intervalo entre aulas na escola.
Segundo o governo de São Paulo, 23 pessoas ficaram feridas e
foram atendidas em seis unidades de saúde. Com os assassinos foram encontrados
uma besta — arma medieval para atirar flechas — garrafas de coquetel molotov e
machadinhas. Segundo a coluna Radar, os atiradores deixaram um “artefato
suspeito” no local – Veja.
Carlos Magno
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