Ueliton Aparecido, suspeito de ter matado a ex-mulher a
pauladas, foi preso em Porto Velho um dia antes do crime. Segundo a Polícia
Civil, no sábado (16) Ueliton havia agredido Joselita Félix fisicamente, porém
ele pagou fiança de R$ 4 mil e acabou liberado para responder em liberdade.
No domingo (17), um dia depois de ser solto, o suspeito
invadiu a casa da família da professora, em Candeias do Jamari, e matou
Joselita com vários golpes de madeira, a maioria deles na cabeça.
Em entrevista à Rede Amazônica, o delegado Fábio Moura
afirmou que o crime de agressão é afiançável, ou seja, o suspeito pode ser
solto depois de pagar uma fiança.
Para Ueliton, o valor fixado foi de R$ 4 mil para lesão
corporal e violência doméstica, conforme boletim registrado.
"A fiança foi relativamente alta para a situação, pois
normalmente essas fianças são menores. Pelo risco que ele oferecia à vítima,
foi estipulado um valor alto, porém este valor acabou sendo pago por
Ueliton", diz Moura.
Depois de matar a ex-mulher a pauladas, o suspeito foi
apreendido em Candeias e agora segue preso em Porto Velho pelo crime de
feminicídio, em que não cabe mais fiança.
Uma amiga confirmou ao G1 que Joselita foi agredida pelo
suspeito na semana passada, antes de ser morta.
Segundo a diretora Ana Célia dos Santos Bezerra, de 41 anos,
amiga de Joselita, a vítima estava em processo de separação há cerca de dois
meses, e que o ex-marido chegou a persegui-la nos locais de trabalho quando ela
não atendia as ligações.
Joselita e Ueliton Aparecido estavam juntos há cerca de 3
anos, mas ele não aceitava o fim da relação. O G1 tenta localizar a defesa do
suspeito.
Feminicídio
Joselita foi morta pelo ex-marido no domingo, após ter a
casa invadida pelo ex-marido, Ueliton Aparecido, em Candeias do Jamari. O
ex-marido foi preso logo depois e permanece na cadeia, em Porto Velho.
O pai da educadora, Francisco Félix, estava em casa e
presenciou o ataque. O idoso tentou salvar a filha e segurar o suspeito, mas
também foi atacado a pauladas. Joselita não resistiu aos ferimentos na cabeça e
morreu minutos depois.
O corpo da educadora foi sepultado nesta segunda-feira (18)
em Candeias do Jamari, sob forte comoção. Amigos, alunos e professores fizeram
homenagens.
Após ser socorrido, o pai da educadora foi socorrido e
levado ao Hospital João Paulo II em Porto Velho, onde está internado e respira
sem ajuda de aparelhos. Ele ainda não sabe da morte da filha, segundo informou
a equipe médica.
Sala de aula
Aos 47 anos, Joselita era servidora municipal de Porto
Velho, mas atualmente morava em Candeias do Jamari para cuidar dos pais, um
casal de idosos.
Joselita Félix era graduada em Pedagogia pela Universidade
Federal de Rondônia desde 1992 e também tinha bacharel em Direito pela
Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e Letras de Rondônia (2007).
Nesta segunda-feira, o prefeito Hildon Chaves (PSDB), de
Porto Velho, divulgou nota lamentando a morte da servidora pública. "Luta
em prol da educação", disse Hildon – G1.
Carlos Magno
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