O movimento islamita Hamas divulgou nesta segunda-feira (01)
uma nota crítica à visita do presidente Jair Bolsonaro a Israel, em um gesto
que foi considerado uma “violação às leis e normas internacionais”.
Publicado no site do grupo, que é considerado a maior
organização islâmica nos territórios palestinos, o texto repudia a visita de
Bolsonaro ao Muro das Lamentações, além da decisão de criar um escritório
comercial do Brasil em Jerusalém.
“O movimento Hamas condena veementemente a visita do
presidente brasileiro Jair Bolsonaro à ocupação israelense como um movimento
que não apenas contradiz a atitude histórica do povo brasileiro, que apoia a
luta pela liberdade do povo palestino contra a ocupação, mas também viola as
leis e normas internacionais”, diz trecho da nota.
Para eles, Bolsonaro e o Brasil precisam se retratar pela
visita. “O Hamas conclama o Brasil a reverter imediatamente essa política que é
contra o direito internacional e as posições de apoio do povo brasileiro e dos
povos da América Latina”.
O grupo pede, ainda, que outras organizações pressionem o
governo do Brasil para reverter a sinalização de que o país está ao lado de
Israel na disputa pelo território da região.
“O Hamas chama a Liga Árabe, a Organização da Cooperação
Islâmica e todas as organizações internacionais para pressionar o governo
brasileiro a derrubar esses movimentos que apoiam a ocupação israelense e
fornecem cobertura para seus abomináveis crimes e violações contra o povo
palestino”, conclui.
Leia a nota na
íntegra
“Sobre a visita do
presidente brasileiro à ocupação israelense, o movimento Hamas afirma o
seguinte:
O movimento Hamas
condena veementemente a visita do presidente brasileiro Jair Bolsonaro à
ocupação israelense como um movimentação que não apenas contradiz a atitude
histórica do povo brasileiro que apoia a luta pela liberdade do povo palestino
contra a ocupação, mas também viola as leis e normas internacionais.
Particularmente, o
Hamas denuncia que o presidente brasileiro fez uma visita à Cidade Santa de
Jerusalém e ao Muro das Lamentações acompanhado pelo primeiro-ministro das
ocupações israelenses. O movimento também condena o plano anunciado de criação
de um escritório comercial para o Brasil em Jerusalém.
O Hamas conclama o
Brasil a reverter imediatamente essa política que é contra o direito
internacional e as posições de apoio do povo brasileiro e dos povos da América
Latina. Ressaltamos que essa política não atende à estabilidade e segurança da
região e ameaça os laços brasileiros com nações árabes e islâmicas.
Finalmente, o Hamas
insta a Liga Árabe, a Organização da Cooperação Islâmica e todas as
organizações internacionais a pressionar o governo brasileiro a derrubar esses
movimentos que apoiam a ocupação israelense e fornecer cobertura para seus
abomináveis crimes e violações contra o povo palestino”.
Visita ao Muro das
Lamentações
O presidente Bolsonaro visitou nesta segunda-feira (01), ao
lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o Muro das
Lamentações, em Jerusalém.
A decisão fez com que ele se tornasse o primeiro chefe de
Estado a realizar tal visita ao lado de um primeiro-ministro israelense,
segundo o Chancelaria de Israel.
Rompendo com a prática diplomática, Bolsonaro foi ao local
mais sagrado do judaísmo com Netanyahu – Exame.
Carlos Magno
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