O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros,
disse nesta terça-feira (16) que o presidente Jair Bolsonaro afirmou, durante
reunião no Palácio do Planalto, que "não quer" e "não pode"
intervir na política de preços dos combustíveis adotadas pela Petrobras.
Na semana passada, o valor das ações da Petrobras caiu
depois de Bolsonaro suspender um reajuste de 5,7% no preço do diesel anunciado
pela estatal. Apenas na sexta, a empresa perdeu R$ 32 bilhões em valor de
mercado.
A determinação de Bolsonaro também fez crescer no mercado os
temores de que o governo federal possa voltar a intervir em decisões da
Petrobras, como ocorria, por exemplo, no governo da ex-presidente Dilma
Rousseff.
Em entrevista na semana passada, Bolsonaro admitiu que
telefonou para o presidente da Petrobras para pedir esclarecimentos sobre o
reajuste, o que ocorreu na reunião desta terça no Planalto.
"Uma frase que o nosso presidente disse logo no início
da reunião, ou seja: 'eu não quero e não tenho direito de intervir na
Petrobras. Eu não quero e não posso intervir na Petrobras'", relatou o
porta-voz.
"Eu não quero, por questões de conceito dele, e eu não
posso, por questões legais e até mesmo questões políticas", completou Rêgo
Barros.
O porta-voz fez o relato após entrevista dos ministros de
Minas e Energia, Bento Albuquerque, e da Economia, Paulo Guedes, que também
participaram da reunião que discutiu a política de reajustes da Petrobras. Os
ministros afirmaram que a decisão sobre valor e momento dos reajustes será da
estatal.
Sinalização aos
caminhoneiros
Mais cedo nesta terça-feira, o governo federal anunciou uma
linha de crédito de até R$ 30 mil, via Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), para caminhoneiros autônomos. Também anunciou o
investimento de R$ 2 bilhões para melhorias em rodoviais.
De acordo com o ministro Onyx Lorenzoni, serão liberados R$
500 milhões na linha de crédito, que poderá ser acessada pelos caminhoneiros,
primeiro, nos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa) e, depois, nos
"demais bancos e cooperativas de crédito de todo o Brasil."
O objetivo das medidas é atender a demandas de
caminhoneiros. No ano passado, a categoria promoveu uma paralisação que
provocou desabastecimento em todo o país – G1.
Carlos Magno
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