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25/05/2019

Doutora paraibana apresentará trabalho sobre políticas de combate à seca em encontro nacional de pós-graduação


Políticas públicas de combate à seca, e novas fronteiras da expropriação do capital, são tema de trabalho que será apresentado pela Doutora Andrea Azevêdo e a Mestra Lívia Antunes no XVIII Encontro Nacional da Associação de Pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ENANPUR), que ocorrerá em Natal (RN), no período de 27 a 31 de maio.

 

Com a pergunta “a existência física de infraestrutura de abastecimento reflete na real distribuição de água potável em quantidade para as populações de favelas e zonas rurais?”, as Pesquisadoras iniciam o debate voltado ao entendimento dos impactos, positivos e negativos, das políticas públicas e programas voltados ao combate da seca e à universalização dos serviços de água.



 

Do Programa Um Milhão de Cisternas ao PISF (Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias do Nordeste Setentrional) passando por tantas outras iniciativas federais e estaduais, o Semiárido nordestino vivenciou, nas últimas décadas, uma enxurrada de tentativas governamentais de lidar com a problemática da seca, sendo necessário fazer um balanço dos impactos positivos e negativos. Afinal, por que mesmo com tantos projetos e programas estruturais milhares de sertanejos ainda são massacrados pela falta de água ano após ano?

 

De acordo com Andrea Azevêdo, “os problemas que enfrentamos tem fundamento principalmente político, e não meramente técnico e ambiental. A escassez de água não pode ser reduzida à falta desse bem, mas sim à falta de acesso, que está intrinsecamente relacionada à desigualdade social”.

 

Lívia Antunes complementa que “a promessa de universalização dos serviços de abastecimento e saneamento da água funciona, ainda nos dias atuais, como uma frente de expansão de um modelo de consumo da água enquanto mercadoria que não se encaixa nas duras realidades dos espaços rurais do Semiárido nordestino, nem mesmo nos das favelas urbanas”.

 

É nesse sentido que as Pesquisadoras pretendem descortinar os Programas Um Milhão de Cisternas e Água Doce, apresentando, como contraponto, a Crise Hídrica do Sudeste, ocorrida nos anos de 2014 e 2015, com espraiamentos nos anos seguintes. A ideia é demonstrar que, seja no Nordeste ou no Sudeste, a falta de água atinge sempre atores que se encontram numa classe social específica, assim como a tomada de decisão também se encontra nas mãos daqueles que ocupam a outra ponta de uma perversa linha transpassada pelo aspecto da desigualdade social.



 

Sobre as Autoras

 

Andrea Azevêdo é Jornalista, Mestra em Desenvolvimento Regional pela Universidade Estadual da Paraíba, Doutora em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Doutora em Governação, Conhecimento e Inovação pela Universidade Coimbra, Portugal; e Pós-doutoranda do Centro de Estudos Sociais (CES), da Universidade de Coimbra, Portugal.

 

Lívia Antunes é Mestra em Geografia e Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Pesquisadora no LaBORE do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ; Pesquisadora de Campo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em projeto com parceria da Agência Nacional de Águas (ANA).

 

Carlos Magno

 

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