Manifestantes pró-Bolsonaro arrancaram da frente do Prédio
Histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) uma faixa com os dizeres
"EM DEFESA DA EDUCAÇÃO #OrgulhoDeSerUFPR #UniversidadePública
#EuDefendo". A Praça Santos Andrade, onde fica o Prédio, foi o principal
ponto de concentração dos ativistas em Curitiba neste domingo (26), data em que
diversos municípios brasileiros (entre eles 24 do Paraná) receberam atos de
apoio ao presidente Jair Bolsonaro.
Nas últimas semanas, contudo, o local também foi palco de
atos em favor da educação pública e contra o contigenciamento de gastos do
Ministério da Educação, que bloqueou 30% das verbas discricionários (usadas em
despesas não obrigatórias) das universidades e institutos federais. Foi num
desses protestos que a faixa foi pendurada no local.
Desde a chegada dos primeiros manifestantes pró-Bolsonaro,
contudo, causou incômodo entre os bolsonaristas a presença daquela faixa. A
certa altura, então, os presentes resolveram arrancar o objeto do local,
alegando que "hoje o dia é nosso". Do caminhão de som, os
organizadores do protesto prometeram devolver a faixa. Mas quando duas garotas
foram tentar "resgatar" o material, iniciou-se uma série de agressões
verbais e físicas, segundo o relato da fotojornalista Giorgia Prates, do jornal
Plural.
Após fazer vários fotos do ato, Giorgia se afastou da
multidão para mandar algumas imagens aos jornalistas que trabalhavam na
redação. Ao notar que acontecia uma briga nas escadarias do Prédio Histórico,
contudo, seguiu seu instinto jornalístico e voltou para o meio dos
manifestantes em busca de um registro. O que não esperava era que de um
caminhão de som os líderes do ato ainda tratassem de alimentar a confusão e
colocar uma profissional da midia em risco.
"No que me aproximo, o rapaz do som começa a falar:
'Esse de moicano também é', ainda me tratou como se fosse homem. Um rapaz
começou a colocar a mão na frente da câmera, eu disse que estava trabalhando e
ele começou a gritar, me chamar de vagabunda, tentou dar um tapa na minha cara
mas acertou meu pescoço", relatou ela ao Bem Paraná.
Pouco antes, outro fotojornalista, Franklin de Freitas, do
próprio Bem Paraná, havia sido agredido verbalmente pelos manifestantes
justamente por filmar os manifestantes retirando a faixa com os dizeres
"em defesa da educação. "Fui bastante hostilizado. O clima está tenso
aqui."
Confusão entre
bolsonaristas
Também na Praça Santos Andrade, houve um princípio de
confusão entre manifestantes pró-Bolsonaro. Um senhor com uma camisa com o
rosto de Bolsonaro acusa outro manifestante de estar "infiltrado" no
ato, ou seja, seria alguém de esquerda querendo causar "balbúrdia"
(para empregar o mesmo termo utilizado pelo ministro da Educação Abraham
Weintraub para justificar o corte de verbas das universidades e institutos
federais).
Uma viatura da Polícia Militar que passava pelo local chegou
a parar para verificar o que estava acontecendo, mas a situação logo foi
controlada – Bem Paraná.
Carlos Magno
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