Os motivos, confesso, ainda não sei, mas o fato é que o
vice-prefeito de Campina Grande, Ronaldo Cunha Lima Filho, o Ronaldinho, vetou,
enquanto estava na titularidade do cargo de prefeito, em Campina Grande, uma
emenda ao Plano Municipal de Educação – PME que retirava qualquer referência a “diversidade
de gênero” do documento. A iniciativa saiu através de acordo entre as bancadas
de situação e oposição e com a anuência do próprio prefeito Romero Rodrigues.
Não sei se, ao vetar a emenda, Ronaldinho sabia da polêmica
em que poderia se meter. Católicos e Evangélicos de todo o país estão
mobiliados para evitar a adoção da chamada ‘ideologia de gênero’ nos planos municipais
de educação, por entenderem que isto seria uma porta aberta para acabar com a
referência a menino e menina, homem e mulher, masculino e feminino nas escolas
brasileiras.
Vice-prefeito de Campina Grande, Ronaldo Cunha Lima Filho, o Ronaldinho, se indispôs com vereadores de oposição e situação que são contra o debate sobre ideologia de gênero e sexualidade nas escolas
No Plano Nacional de Educação, a retirada se deu a partir de
uma ação do ex-senador Vital do Rêgo, à época relator do PNE no Senado,
atendendo a uma pedido da Igreja Católica. Porém, os estados e municípios estão
debatendo e aprovando seus planos e a polêmica volta à tona.
Na Câmara de Campina, o vereador presidente, Pimentel Filho,
foi quem encabeçou o movimento para retirar qualquer referência a diversidade,
ideologia de gênero e coisas do tipo, do Plano Municipal de Educação. Católico
praticante, Pimentel não quer nem ouvir falar nesse tipo de discussão nas
escolas municipais. “Essa discussão deve ocorrer fora das escolas. Quem tem que
ensinar isso são os pais. Escola é para ensinar português, ciências. Nós
defendemos o respeito a todos, mas essa Casa entende que a questão sobre
sexualidade não deve ser incluída no plano”.
O vereador líder da oposição, Olímpio Oliveira (PMDB), que é
evangélico, também não concorda com o gesto de Ronaldinho. “Entendemos que
deveríamos preservar a redação original do plano nacional. Há um movimento
muito forte para a implantação de uma ideologia de gênero nas escolas. Esse
movimento perdeu no debate no Congresso Nacional e se organizou para tentar
fazer isso nos municípios”.
Mas Ronaldinho, repito, não sei por que motivo, vetou a
emenda, causando a ira não só de Pimentel, mas de todos os parlamentares – e quem
sabe, até, do próprio prefeito Romero, que tinha acordado com todos os
vereadores a supressão dos termos e das referências a sexualidade e diversidade
de gênero no PME. E, com o gesto, o vice-prefeito poderá, até mesmo, se indispor
com a Igreja – leia-se Católicos e Evangélicos.
“Os vereadores se reuniram, firmaram um acordo, que teve a
anuência do prefeito Romero, e por isso nos surpreendeu o veto do vice-prefeito”,
disse Pimentel, acreditando ter sido um descuido de Ronaldinho. Mais essa
agora, hein...
Do Blog Carlos Magno
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