Todos nós sabemos que o senador Cássio dá as cartas em
muitos partidos, além do PSDB, sua própria legenda. São agremiações menores,
onde existem no comando pessoas suas e que rezam politicamente na cartilha do
tucano. Mas daí dizer que o poder de Cássio chega ao PMDB, é de não acreditar.
Pois isso está para ocorrer, na Paraíba.
Na última campanha eleitoral, Cássio teve pelo menos três
diretos “representantes” seus no PMDB: Manoel Júnior, André Gadelha e Trocolli
Júnior. Além, é claro, de outros que simpatizavam com a sua candidatura, mas
tiveram mais prudência em suas posições, trabalhando por Cássio mais
discretamente.
Dentre eles, vários prefeitos peemedebistas que votaram em Cássio
na eleição pra governador e, para segurar o comando do PMDB em suas cidades,
votaram em Maranhão para senador. Claro que, dando o voto em Maranhão, este,
como presidente, não faria ‘caça às bruxas’ após o pleito, quando o PMDB, mesmo
sofrendo como sofreu, saiu-se vitorioso, podemos dizer assim, sendo o único
partido a eleger um senador, três deputados federais (a maior bancada) e quatro
estaduais (a segunda maior bancada). E ainda contribuir para a vitória do
governador no segundo turno.
Passada a eleição, os que mais sofreram com o ‘racha’
peemedebista, Veneziano – que teve sua candidatura a governador rifada dentro
da legenda; e Vitalzinho, o candidato a governador mais traído da história da
Paraíba – resolveram dar um crédito a Maranhão e aos peemedebistas traíras,
acreditando que a proximidade com Cássio ocorrera, apenas, na eleição de 2014,
não perdurando para o pleito de 2016 e nem para o de 2018. Puro engano!
O que vemos agora é a atuação destes peemedebistas em
consonância com o que pensa, o que determina e o que quer Cássio. Manoel Júnior
quer Cássio e o PSDB junto com o PMDB no ano que vem, em João Pessoa. Foi à
convenção tucana na capital, inclusive vestindo camisa nas cores do PSDB e
dando declarações de ‘namoro’ com Cássio e com os tucanos.
Em Sousa, André Gadelha ‘peita’ o comando peemedebista ao
receber Cássio no aniversário da cidade, passear pelas ruas, bater fotos e
elogiar quem tramou para reduzir o seu partido a nada, no ano passado. E André
quer, desta forma, que o PMDB lhe dê legenda para disputar a reeleição no ano
que vem? Para depois, em 2018, fazer a mesma coisa que fez em 2014, dar um
chute naquele canto de Veneziano – o pré-candidato do partido a governador – e apoiar
Cássio ou um indicado do ninho tucano novamente?
No caso de Sousa, o mais grave é que existe uma liderança
emergente de lá que pode surpreender. Falo do empresário Zenildo Oliveira, que
tem feito de tudo para aparecer bem junto aos sousenses. E tem conseguido. Eu
não conheço Zenildo pessoalmente, mas perguntei a alguns amigos que tenho na
imprensa e a algumas pessoas de Sousa com as quais tenho ligação e todas me
deram as mesmas credenciais.
Trata-se de um empresário bem sucedido, que fez fama e criou
um império empresarial com muito trabalho, esforço, dedicação, competência e,
acima de tudo, uma gestão diferenciada, que sabe lidar com os funcionários e,
mais que isso, procura deixa-los sempre empolgados e satisfeitos com a gestão
empresarial. Este é, inclusive, o mote da campanha de Zenildo, caso ele seja
candidato a prefeito de Sousa, como almeja: levar o sucesso de sua gestão
empresarial para a gestão pública.
Zenildo tem paparicado os líderes peemedebistas para se
filiar ao partido, prometendo a fidelidade que André não teve, não tem e, podem
escrever, não terá com o PMDB. E olhe que ele está bem na fita lá em Sousa. Os
colegas de lá me disseram que existem pesquisas que colocam a gestão de André
na Prefeitura em patamares parecidos com uma certa presidente de um certo país.
E já colocam André em pé de igualdade com o candidato do governador, Fábio
Tyrone. E André... este fica em terceiro.
Então, gente, pra quê ficar a reboque de André, de Manoel
Júnior e de outros que só trabalham para diminuir um partido tão grande como o
PMDB? É preciso que essas pessoas tenham consciência disso. Antes que seja
tarde demais e o PMDB acabe fechando pra balanço. Se Maranhão não vê isso – ou
não quer ver – que outros vejam por ele. Afinal, um partido deve se posicionar
pelo que pensa a maioria de seus membros, não pelo que quer apenas o seu
presidente - Jônatas Frazão, professor aposentado da UFPB.
Do Blog Carlos Magno
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