O Blog Pragmatismo Político, um dos mais acessados de
Brasília, leitura obrigatória de dez entre dez jornalistas de política e
políticos, pegou o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) pra limão esta semana.
Com uma matéria intitulada “O passado sombrio de um paladino da moral”, o Blog
faz um retrospecto das principais denúncias e dos mais destacados escândalos enfrentados
por Cássio em sua vida pública.
A matéria tenta mostrar que é com um passado cheio de revezes
e escândalos que Cássio, hoje, aparece como exemplo de moral na política,
pedindo o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) e defendendo novas
eleições, o que, para os simpatizantes da presidente e para defensores da
democracia no País, é considerado um “grande golpe”.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), ao subir na tribuna para "detonar" a presidente Dilma Rousseff (PT), acaba, tambpem, atraindo holofotes para os problemas que enfrenta em sua vida pública
Veja a matéria na íntegra e relembre alguns fatos que, pelo tempo
e pela característica natural dos seres humanos de ter memória curta, caíram no
esquecimento:
O passado sombrio de
um paladino da moral
O histórico político do atual
líder do PSDB no Senado é um dos mais vexatórios de que se tem notícia. Hoje
vociferando discursos em nome da ‘ética’, Cássio Cunha Lima (PB) já foi cassado
pelo TSE, quando governador, por abuso do dinheiro público. Com um currículo
tão frágil, por que o senador se sente confortável para pedir moralidade sem
ser questionado?
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) foi enérgico em um
discurso nesta quinta-feira (6) ao exigir que o Brasil realize novas eleições
com o objetivo de tirar Dilma Rousseff (PT) da Presidência da República.
“Houve uma convocação, um chamamento do vice-presidente da
República e nós estamos aqui para concordar com ele, parcialmente, no sentido
de que só será possível encontrar alguém que unifique o país por meio de novas
eleições”, disse o líder tucano no Senado.
Cunha Lima, hoje um dos principais porta-vozes do
impeachment de Dilma Rousseff e conhecido pelas suas falas inflamadas de
combate à corrupção, se sente à vontade para vociferar em nome da ética e da
moralidade sem ser questionado.
Em 2008, o então governador Cássio Cunha Lima foi cassado
por unanimidade pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por uso indevido de
dinheiro público. Seu vice, José Lacerda Neto (DEM), também foi obrigado pela
Justiça a deixar o cargo.
O jornalista Paulo Nogueira, do DCM, enxerga com estranheza
a blindagem de que goza Cunha Lima na mídia.
“Por conta da campanha que faz contra o governo de Dilma,
Cunha Lima tem sido entrevistado com frequência pela mídia nacional. Mas
ninguém toca em seu passado. Livre de explicações, ele acabou se convertendo em
mais uma amostra da blindagem de que gozam tucanos perante a mídia”, afirma o
jornalista.
Embora já reconhecido como Ficha Suja em 2010, Cunha Lima
venceu e concorreu a eleição para senador valendo-se da decisão do STF de só
aplicar a nova Lei da Ficha Limpa a partir das eleições de 2012. Se a
aplicabilidade da lei já estivesse em vigência em 2010, o atual senador sequer
poderia candidatar-se a um cargo eletivo.
Dinheiro voador
Além da ação pela qual teve o seu mandato cassado, Cunha
Lima enfrenta outros graves entraves na Justiça.
Há mais de dois anos a ação criminal que investiga esquemas
de desvios de recursos e lavagem de dinheiro em sua campanha eleitoral de 2006
está parada aguardando a substituição do juiz pela ministra do Supremo Tribunal
Federal (STF), Rosa Weber.
O líder do PSDB é réu na Operação Concord, da Polícia
Federal, que apura esquemas de desvios de recursos e lavagem de dinheiro.
A operação é conhecida por ter provocado, literalmente, uma
chuva de dinheiro na capital paraibana, João Pessoa. Isso porque para não ser
pego em flagrante pela Polícia Federal, um operador da política local, Olavo
Lira, conhecido como Olavinho, teria jogado R$ 400 mil do alto do edifício
Concord.
Ministra pede
providências a Sergio Moro
À frente da Operação Lava Jato, o juiz federal Sergio Moro
também já atuou de forma ativa em outro caso (bastante conhecido dos
paraibanos): o ‘Escândalo do Dinheiro Voador’ ou ‘Caso Concorde’, em que Cássio
Cunha Lima é acusado de distribuição de dinheiro para compra de votos.
A investigação ainda tramita em segredo de Justiça no
Supremo Tribunal Federal (STF), tendo como relatora a ministra Rosa Weber.
Recentemente, Rosa Weber pediu providências ao juiz Sergio
Moro para dar celeridade ao processo.
“Atribuo ao Juiz Federal Sergio Fernando Moro, magistrado
instrutor, os poderes previstos no referido dispositivo, para doravante
praticar os atos ali previstos e ordinatórios quanto ao trâmite deste
inquérito”, disse Rosa Weber.
Diferentemente da “celeridade” que pauta a Lava Jato, Moro
não dispensou a mesma conduta e o processo contra Cássio está parado
Emprego para a
namorada e supersalário
Em 2013, o senador Cássio foi denunciado por empregar a
namorada e a sogra na prefeitura e na Câmara Municial de Campina Grande, sua
cidade natal. Jackson Azevedo, seu cunhado, também ganhou um cargo de
supervisor da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) na cidade (relembre aqui).
Derrotado na eleição do ano passado, quando tentava mais uma
vez ser governador do Paraíba, Cássio Cunha Lima confessou, em um debate entre
candidatos, receber um supersalário R$ 52 mil. A remuneração do parlamentar
tucano ultrapassa o teto constitucional brasileiro de R$ 29.462,25, valor que é
pago mensalmente a um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Farra da boca livre
“Congresso banca `hábito gourmet´ dos parlamentares”. Foi
com esse título que o jornal Estado de S.Paulo denunciou (relembre aqui) as
despesas com bocas-livres patrocinadas por parlamentares em que eles torram
dinheiro público sem dó nem piedade.
O jornal ilustra a matéria com a reprodução da nota fiscal
221515 do restaurante “Porcão”, de Brasília, o preferido dos políticos que não
se importam com o valor da conta, emitida em nome do senador Cássio Cunha Lima.
Valor: R$ 7.567,60, ou seja, mais de dez salários mínimos.
Na parte de “discriminação das mercadorias” encontra-se uma singela informação:
“Refeições”. Não diz nem quantas foram servidas porque isso, certamente, não
interessa a ninguém.
A boca-livre com dinheiro público foi oferecida pelo
senador, após uma homenagem a seu pai, o ex-parlamentar e ex-governador da
Paraíba Ronaldo Cunha Lima – Pragmatismo Político.
Blog Carlos Magno
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