“Como pai, o sentimento é de ter protegido a minha filha.
Como cidadão, estou feliz em ter ajudado a evitar que ele faça isso com outra
criança. Cumpri minha missão. É um alívio ter impedido um crime. Me conforta
saber que este caso vai servir de alerta para outros pais”.
Esta foi a reflexão do empresário de 33 anos Daniel da Silva
Ferraz, após ter se passado pela filha de 9 anos e impedido um homem de 40 anos
de estuprá-la. O suspeito foi preso na quarta-feira (12) depois que fez uma
denúncia à Polícia Civil. Em depoimento, o homem negou os crimes. “Quando
mostramos que sabíamos de todas as informações, fotos e vídeos que ele mandou
para a menina, ele admitiu que tinha enviado. Só não confirmou que pretendia ir
até o final com a criança”, informou a delegada Ione Maria Moreira.
O empresário Daniel da Silva Ferraz, de 33 anos, passou a monitorar o perfil da filha, de 9 anos, e se passou por ela para conversar com o acusado
Depois que tudo terminou bem, ele deu entrevista sobre o
assunto e admitiu que antes de chegar até o criminoso a primeira reação foi
ganhar a confiança do homem e encontrá-lo sozinho. “No início eu queria
encontrá-lo pessoalmente e fazer justiça com as próprias mãos. Até planejei o
encontro. Mas pensei melhor e entrei em contato com a Polícia Civil para me
orientarem e acompanharem o caso”, disse.
O homem foi flagrado no local do encontro, que foi marcado
horas antes pela internet e teve o flagrante confirmado por tentativa de
estupro de vulnerável, por disponibilizar filmagens com conteúdo de sexo
explícito com crianças e abandono de incapaz, já que deixou o filho autista de
cinco anos sozinho em casa quando foi ao suposto encontro com a menina.
Gilberto Rodrigues, de 40 anos, foi preso e confessou ter enviado material pornográfico para a menina de 9 anos, mas disse que não "iria até o final" com ela
Monitoramento da
filha – O empresário contou ao G1 que sempre monitorou o perfil da filha única
nas redes sociais, e que no dia 29 de julho encontrou uma conversa que o deixou
desconfiado.
“Foi o primeiro contato. Ele a chamou para elogiar a foto e
o corpo dela. Neste dia ficou online no mesmo momento que eu e puxou conversa.
Eu respondi. Verifiquei o perfil dele e vi que usava a foto de um personagem de
histórias em quadrinhos, tinha entre os amigos muitas crianças na idade da
minha filha. Por isso troquei a senha e passei a conversar com ele como se
fosse uma criança”, explicou o empresário.
Durante o período em que se passou pela filha, o empresário
buscou formas de estar disponível para encontrar o suspeito pela internet e
conseguir as evidências das intenções dele. Se no começo o pedófilo se passava
por uma criança, na continuidade das conversas a abordagem passou a ser mais
agressiva.
“Como viajo constantemente, usei o celular para monitorar a
rede social e perceber quando ele estava online. Eu fingia não entender as
insinuações que ele fazia pensando que conversava com a minha filha para ele
falar claramente o que pretendia fazer quando conseguisse marcar um encontro.
Ele então enviou fotos e vídeos de crianças sendo molestadas por adultos”,
acrescentou.
O pai da menina salvou trechos da conversa entre o acusado e a filha, para servir como prova
A prisão – O pai
também disponibilizou a senha e o endereço do perfil da filha para o
acompanhamento em tempo real das conversas pela equipe da Delegacia
Especializada de Mulheres. Na quarta-feira (12), eles perceberam a ansiedade do
homem e, com a orientação dos policiais, o encontro dele com a suposta vítima
foi marcado. Então, o pai recorreu à experiência da filha no teatro e explicou
que ela deveria atuar.
“Ele mandou mensagens praticamente o dia inteiro. Queria
saber se ela estava sozinha em casa porque queria vê-la. O encontro foi marcado
para 16h30, mas ele só apareceu por volta de 16h55. Eu expliquei à minha filha
que ela entraria sozinha na padaria, que eu a encontraria depois. Eu e os
policiais vimos toda a ação porque ele não desceu do carro, mas viu que ela
estava lá. O encontro não ocorreu porque ele foi abordado pelos policiais
antes”, afirmou o empresário.
Descobrir que o homem de 40 anos também tinha uma família e
um filho autista foi um choque. “Ele deveria estar cuidando do filho e o
abandonou sozinho no escuro. Encontrei a esposa dele na Delegacia. Ela não
sabia de nada. A situação toda é muito triste”, lamentou.
O pai da menina contou que nos últimos dias, antes do flagrante, as mensagens do acusado para a filha (que na verdade era o próprio pai que estava ao computador ou ao celular) passaram a ser mais agressivas
A delegada responsável pelo caso, Ione Maria Moreira,
elogiou o papel do pai e disse que a ação dele impediu o pior. “Ele foi
fundamental para a prisão deste homem que demonstrou de forma muito clara em
suas ações e materiais enviados o que pretendia fazer com a criança. Ele só não
concluiu o plano porque foi impedido pela polícia, que foi alertada pelo pai”,
comentou.
Com o suspeito de pedofilia preso no Centro de Remanejamento
do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora, o empresário contou que espera
por Justiça. "Só não quero viver a frustração de que ele seja solto. Quero
que a Justiça mantenha esse homem preso e o faça pagar pelo crime”, reforçou. O acusado foi identificado como sendo Gilberto Rodrigues (foto acima) –
G1.
Blog Carlos Magno
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