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15/08/2015

Pai que se passou por filha para flagrar pedófilo ia fazer justiça com as próprias mãos. Acusado tem família e esposa não sabia de nada


“Como pai, o sentimento é de ter protegido a minha filha. Como cidadão, estou feliz em ter ajudado a evitar que ele faça isso com outra criança. Cumpri minha missão. É um alívio ter impedido um crime. Me conforta saber que este caso vai servir de alerta para outros pais”.

 

Esta foi a reflexão do empresário de 33 anos Daniel da Silva Ferraz, após ter se passado pela filha de 9 anos e impedido um homem de 40 anos de estuprá-la. O suspeito foi preso na quarta-feira (12) depois que fez uma denúncia à Polícia Civil. Em depoimento, o homem negou os crimes. “Quando mostramos que sabíamos de todas as informações, fotos e vídeos que ele mandou para a menina, ele admitiu que tinha enviado. Só não confirmou que pretendia ir até o final com a criança”, informou a delegada Ione Maria Moreira.


O empresário Daniel da Silva Ferraz, de 33 anos, passou a monitorar o perfil da filha, de 9 anos, e se passou por ela para conversar com o acusado

 

Depois que tudo terminou bem, ele deu entrevista sobre o assunto e admitiu que antes de chegar até o criminoso a primeira reação foi ganhar a confiança do homem e encontrá-lo sozinho. “No início eu queria encontrá-lo pessoalmente e fazer justiça com as próprias mãos. Até planejei o encontro. Mas pensei melhor e entrei em contato com a Polícia Civil para me orientarem e acompanharem o caso”, disse.

 

O homem foi flagrado no local do encontro, que foi marcado horas antes pela internet e teve o flagrante confirmado por tentativa de estupro de vulnerável, por disponibilizar filmagens com conteúdo de sexo explícito com crianças e abandono de incapaz, já que deixou o filho autista de cinco anos sozinho em casa quando foi ao suposto encontro com a menina.


Gilberto Rodrigues, de 40 anos, foi preso e confessou ter enviado material pornográfico para a menina de 9 anos, mas disse que não "iria até o final" com ela

 

Monitoramento da filha – O empresário contou ao G1 que sempre monitorou o perfil da filha única nas redes sociais, e que no dia 29 de julho encontrou uma conversa que o deixou desconfiado.

 

“Foi o primeiro contato. Ele a chamou para elogiar a foto e o corpo dela. Neste dia ficou online no mesmo momento que eu e puxou conversa. Eu respondi. Verifiquei o perfil dele e vi que usava a foto de um personagem de histórias em quadrinhos, tinha entre os amigos muitas crianças na idade da minha filha. Por isso troquei a senha e passei a conversar com ele como se fosse uma criança”, explicou o empresário.

 

Durante o período em que se passou pela filha, o empresário buscou formas de estar disponível para encontrar o suspeito pela internet e conseguir as evidências das intenções dele. Se no começo o pedófilo se passava por uma criança, na continuidade das conversas a abordagem passou a ser mais agressiva.

 

“Como viajo constantemente, usei o celular para monitorar a rede social e perceber quando ele estava online. Eu fingia não entender as insinuações que ele fazia pensando que conversava com a minha filha para ele falar claramente o que pretendia fazer quando conseguisse marcar um encontro. Ele então enviou fotos e vídeos de crianças sendo molestadas por adultos”, acrescentou.


O pai da menina salvou trechos da conversa entre o acusado e a filha, para servir como prova

 

A prisão – O pai também disponibilizou a senha e o endereço do perfil da filha para o acompanhamento em tempo real das conversas pela equipe da Delegacia Especializada de Mulheres. Na quarta-feira (12), eles perceberam a ansiedade do homem e, com a orientação dos policiais, o encontro dele com a suposta vítima foi marcado. Então, o pai recorreu à experiência da filha no teatro e explicou que ela deveria atuar.

 

“Ele mandou mensagens praticamente o dia inteiro. Queria saber se ela estava sozinha em casa porque queria vê-la. O encontro foi marcado para 16h30, mas ele só apareceu por volta de 16h55. Eu expliquei à minha filha que ela entraria sozinha na padaria, que eu a encontraria depois. Eu e os policiais vimos toda a ação porque ele não desceu do carro, mas viu que ela estava lá. O encontro não ocorreu porque ele foi abordado pelos policiais antes”, afirmou o empresário.

 

Descobrir que o homem de 40 anos também tinha uma família e um filho autista foi um choque. “Ele deveria estar cuidando do filho e o abandonou sozinho no escuro. Encontrei a esposa dele na Delegacia. Ela não sabia de nada. A situação toda é muito triste”, lamentou.


O pai da menina contou que nos últimos dias, antes do flagrante, as mensagens do acusado para a filha (que na verdade era o próprio pai que estava ao computador ou ao celular) passaram a ser mais agressivas

 

A delegada responsável pelo caso, Ione Maria Moreira, elogiou o papel do pai e disse que a ação dele impediu o pior. “Ele foi fundamental para a prisão deste homem que demonstrou de forma muito clara em suas ações e materiais enviados o que pretendia fazer com a criança. Ele só não concluiu o plano porque foi impedido pela polícia, que foi alertada pelo pai”, comentou.

 

Com o suspeito de pedofilia preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Juiz de Fora, o empresário contou que espera por Justiça. "Só não quero viver a frustração de que ele seja solto. Quero que a Justiça mantenha esse homem preso e o faça pagar pelo crime”, reforçou. O acusado foi identificado como sendo Gilberto Rodrigues (foto acima) – G1.

 

Blog Carlos Magno



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