Foto: Divulgação/Codecom-PMCG
Desde o início do ano, o Brasil registrou 1.017.278 casos
prováveis de dengue e 214 mortes confirmadas pela doença. Outros 687 óbitos
estão em investigação.
O coeficiente de incidência da dengue no país, neste
momento, é de 501 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Os dados são do
Painel de Monitoramento das Arboviroses, divulgados nesta quinta-feira (29), em
Brasília, pelo do Ministério da Saúde.
Entre os casos prováveis, 55,4% são de mulheres e 44,6% de
homens. A faixa etária dos 30 aos 39 anos segue respondendo pelo maior número
de ocorrências de dengue no país, seguida pelo grupo de 40 a 49 anos e de 50 a
59 anos.
Minas Gerais lidera em número absoluto de casos prováveis
(352.036) entre os estados. Quando se considera o coeficiente de incidência, o
Distrito Federal aparece em primeiro lugar: 3.612,7 casos por 100 mil
habitantes.
O DF é uma das unidades federativas que decretaram situação
de emergência em saúde pública por causa da explosão de casos de dengue.
Segundo o governador Ibaneis Rocha, as redes de saúde da capital, tanto a
pública quanto a privada, entraram em colapso no atendimento.
Um dos pacientes que tiveram dificuldade ao buscar
assistência médica é Januário da Cruz Silva, de 61 anos. Ele trabalha com um
caminhão de mudanças, mas há quase uma semana teve de parar com os serviços por
conta da dengue. Silva recorreu à Unidade Básica de Saúde (UBS) 1, do Paranoá,
região administrativa no DF, depois de procurar, sem sucesso, atendimento
médico em um hospital.
“Fui sábado ao posto de saúde, fiz hemograma e constatei
estar com dengue. Fui, então, encaminhado para o Hospital do Paranoá. Fiquei
quase cinco horas lá, mas acabei não sendo atendido porque, como praticamente
não havia médicos, eles só atendiam quem tinha pulseira vermelha de
emergência”, disse à Agência Brasil.
A servidora Glaucilene Cardoso, de 44 anos, também levou a
filha, Isabella Cardoso, de 9 anos, para ser atendida em uma UBS. A menina foi
diagnosticada com dengue e com covid-19. “Por sorte, o caso da minha filha não
foi grave, nem para a dengue nem para a covid. Mas, claro, a gente fica sempre
preocupada.”
Isabella foi levada à tenda de atendimento montada na
Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal, e, na sequência, foi
diagnosticada e encaminhada para a UBS 7.
“Foram seis dias de tosse, febre e dores nos olhos e no
corpo”, descreveu Glaucilene ao citar a mistura de sintomas das duas doenças
observada na filha. A servidora elogiou a dedicação das equipes de saúde.
“Sempre prestam bom serviço por aqui”, afirmou.
Dia D será sábado
Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, o Brasil poderá
ter neste ano o dobro de casos de dengue registrados em 2023, que chegou a
1.658.816 casos.
No próximo sábado (2), o Ministério da Saúde - em parceria
com estados e municípios - vai realizar o Dia D de combate à doença. Com o tema
Brasil Unido Contra a Dengue, serão promovidas ações de orientação para a
população sobre os cuidados para evitar a disseminação da doença.
Os principais sintomas relacionados à dengue são febre alta
de início repentino, dor atrás dos olhos, mal estar, prostração e dores no
corpo. O vírus da dengue pode ser transmitido ao homem principalmente pela
picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas.
Seis estados - Acre, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo,
Santa Catarina e Rio de Janeiro - e o Distrito Federal), além de 154
municípios, já decretaram situação de emergência por causa da doença.
Sabrina Craide/Kleber Sampaio/Colaboração Pedro Peduzzi –
Agência Brasil