Foto: Reprodução/Redes Sociais
O entregador de aplicativo Nilton Ramon de Oliveira foi
baleado na coxa por um cliente que se recusou a buscar o pedido na portaria do
prédio. O homem, que é policial, foi identificado como Roy Martins. De acordo
com o registro da ocorrência, ele teria seguido o entregador e começou uma
discussão, alegando legítima defesa. O caso aconteceu na noite desta
segunda-feira (4/3), no Rio de Janeiro.
Nilton foi encaminhado para um hospital, onde foi operado e
segue internado em estado grave no CTI. Segundo as informações do G1, o
policial se apresentou à Corregedoria da PM, que abriu um procedimento para
apurar o fato. Roy alegou que atirou em legítima defesa após o entregador de 24
anos tentar pegar sua arma.
Nilton fazia a entrega de bicicleta. Ao chegar ao endereço,
o policial pediu que o lanche fosse entregue na porta da casa. O entregador
explicou que não subiria, já que não era obrigado e estava com medo de ter sua
bike roubada. Os dois começaram a discutir por mensagens por meio do
aplicativo.
Sem um acordo, Nilton acionou o protocolo de devolução na
plataforma e retornou ao restaurante. Foi então que Roy decidiu segui-lo,
retomando a discussão. Em determinado momento, o entregador gravou a
perseguição.
“Tá metendo a mão na cintura por quê?”, perguntou o
policial. Nilton nega que estivesse planejando um ataque. “Tô armado não,
filho. Sou trabalhador, filho”, respondeu. Quando vê a arma do cliente, o
entregador pede ajuda. “Tô sendo ameaçado aqui, ó!”, disse.
Outros entregadores que passaram no local tentaram apartar a
briga. “ Mas a confusão se estendeu, o policial sacou a arma em direção a ele
[Nilton] e acabou atirando nele”, relatou o entregador Yuri Oliveira ao G1.
Relatos de quem estava no local dizem que Roy chegou a prestar os primeiros
socorros, mas depois entrou no carro e foi embora.
Depois do episódio, colegas de profissão protestaram em
frente ao condomínio onde a briga começou. Um novo protesto está marcado para
hoje.
O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Polícia Judiciária
Militar como “lesão corporal por perfuração de arma de fogo, em legítima
defesa”. Na versão de Roy, Nilton destratou a sua esposa, ao se negar ao
entregar a encomenda. Ele disse, ainda, que foi atrás do entregador a pedido da
mulher. Lá, ele foi ofendido por Nilton, que incitava outros colegas contra
ele.
Roy afirma ter sacado a arma para resguardar sua segurança.
Ele teria conversado com os outros entregadores, que se inflamaram contra ele.
Ainda segundo o policial, a esposa ligou para o 190, pedindo reforços. O PM
conta que pediu para que Nilton esperasse a chegada de mais militares, mas o
entregador teria se negado.
Ele ainda teria tentado pegar a arma de Roy. Foi aí que o
policial efetuou o tiro. O homem disse ter feito um torniquete na perna da
vítima e ligado para o SAMU pedindo socorro. Ele foi ouvido pela Polícia Civil
e foi liberado, em seguida, com sua arma.
EM