Foto: Unicef/ONU
A Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência da Assembleia
Legislativa da Paraíba aprovou, nesta quarta-feira (10), três projetos de lei
voltados para a melhoria da qualidade de vida e inclusão de pessoas com
transtorno do espectro autista (TEA) e outras neurodivergências. Os projetos
abordam desde a vedação de sanções em condomínios até a obrigatoriedade de
formação especializada para cuidadores.
A pauta da Comissão constou de 13 projetos de lei constante
em pauta, dentre eles o de nº 498/2023, de autoria do deputado Jutay Meneses,
que visa proibir a aplicação de sanções em condomínios por perturbação do
sossego quando envolver crianças diagnosticadas com TEA. O autor argumenta que
o TEA acompanha a pessoa por toda a vida, manifestando-se de formas variadas
que podem influenciar a convivência em ambientes compartilhados. “A medida
busca assegurar um ambiente mais acolhedor e menos punitivo para as famílias,
exigindo apenas a comprovação médica da condição da criança para a aplicação da
lei”, observou o parlamentar.
Outro destaque para as matérias aprovadas foi do PL nº
598/2023, da deputada Danielle do Vale, sobre Educação Especial e Inclusiva. O
projeto enfatiza a importância da educação especial e inclusiva, estabelecendo
diretrizes para o atendimento de educandos neurodivergentes nos
estabelecimentos de ensino público do estado. O texto destaca a necessidade de
atenção individualizada, atuação interdisciplinar e adequação ambiental nas
escolas, assegurando a igualdade de oportunidades em todos os níveis educacionais.
Além disso, proíbe as instituições privadas de recusar matrícula ou cobrar
taxas adicionais de alunos neurodivergentes.
“É fundamental que equipes multidisciplinares realizem um
trabalho sistemático para atender individualmente às necessidades dos
estudantes neurodivergentes, garantindo sua integração e otimização do
aprendizado”, disse a deputada.
Por fim, a Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência
aprovou o PL nº 841/2023, de Michel Henrique, que propõe cursos para a
qualificação dos cuidadores de pessoas com TEA, tornando obrigatória a formação
em Análise do Comportamento Aplicada (ABA). O deputado Michel Henrique
argumenta que a ABA é reconhecida por sua eficácia no desenvolvimento de
habilidades sociais, de comunicação e autonomia em indivíduos com TEA. A
formação incluirá conhecimentos teóricos e práticos, com ênfase no manejo
comportamental e intervenção.
“A obrigatoriedade da formação em ABA para os cuidadores
reconhece a importância e a complexidade da função desempenhada por esses
profissionais, elevando o nível de qualificação dos cuidadores”, observou o
deputado.
Os projetos de lei aprovados deverão seguir para votação no
Plenário da Assembleia.
Assessoria