Fotos: Reprodução
Um casal de empresários foi encontrado morto dentro do carro
ligado em um posto na Rodovia Regis Bittencourt, em Cajati (SP). Conforme
apurado pelo g1, nesta segunda-feira (29), a suspeita é que os dois tenham sido
intoxicados por monóxido de carbono.
A Polícia Militar disse à equipe de reportagem ter recebido
uma denúncia, na tarde de domingo (28), sobre um homem e uma mulher que
estariam desacordados dentro de um veículo no Auto Posto Real.
Os agentes de segurança ao chegarem no local tentaram
contato, mas as vítimas não responderam e eles quebraram o vidro.
Dentro do carro, estavam os corpos de Renato Dias de
Oliveira, de 33 anos, e Bianca Alves Francisco de Oliveira, de 28 anos. A morte
foi confirmada pela equipe médica do resgate, também acionado.
Durante a averiguação no local, os PMs foram informados de
que o carro parou no posto por volta da meia-noite. Os policiais chegaram ao
veículo só depois das 15h.
Depois que a porta do automóvel foi aberta, em uma análise
preliminar, os policiais não observaram marcas de lesões. Como o carro ainda
estava ligado, portanto, a principal suspeita é realmente a de morte por
asfixia, com a inalação e intoxicação por monóxido de carbono.
O caso foi registrado na noite de domingo na Delegacia de
Cajati, que segue apurando as circunstâncias das mortes. A Polícia Científica
também periciou o local. Os corpos foram removidos ao Instituto Médico Legal
(IML) e passarão por exames que serão cruciais para detectar uma eventual
intoxicação.
Riscos do monóxido de carbono
O químico e mestre em Engenharia Urbana, Élio Lopes,
explicou ao g1 que o monóxido de carbono não oferece riscos em contato com a
atmosfera. Já em um ambiente fechado, ele se torna “traiçoeiro” para as
pessoas, pois não tem cor nem cheiro, mas é inflamável.
“A pessoa não percebe que está sendo envenenada. Vai sentir
um sono profundo, não sente dor, nem nada. Acaba dormindo e morre porque o gás
entra no corpo através dos pulmões”, disse Lopes, que conversou com a equipe de
reportagem recentemente sobre o tema, quando um bilionário e a esposa dele
morreram asfixiados com o gás.
O especialista explicou à época que, após a inalação, o
monóxido de carbono passa para a corrente sanguínea. “Então, passa a competir
com o oxigênio, que é o que a gente respira. Forma a carboxihemoglobina, ou
seja, diminui a quantidade de hemoglobina disponível para o transporte do
oxigênio no corpo e a pessoa morre por falta de oxigênio”, ressaltou.
Em um veículo, se houver um vazamento no sistema de escape
do veículo ou se o automóvel estiver mal ventilado, o monóxido de carbono pode
se acumular e causar os danos citados acima.
g1