Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados
O pastor Silas Malafaia esteve na Câmara dos Deputados,
nesta quarta-feira (19/6), para se reunir com a bancada evangélica e defender o
Projeto de Lei 1904/2024, chamado de PL do Aborto. Após o assunto ganhar as
redes sociais e ser rechaçado pela sociedade civil, o presidente da Câmara,
deputado Arthur Lira (PP-AL), adiou a votação do texto para depois das eleições
municipais.
O texto pretende equiparar o aborto após 22 semanas como
crime de homicídio simples, mesmo nos casos previsto em lei: estupro, risco de
vida para a mãe, e anencefalia fetal. A proposta foi amplamente criticada pela
esquerda e até nomes ligados à direita, como o apresentador Luciano Huck.
Em coletiva de imprensa, o pastor Malafaia rebateu os
críticos e disparou contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a
primeira-dama Janja da Silva. “Cala a boca, Janja! Vocês não têm moral! Lula é
um estúpido que está falando. E tem o ditador Alexandre de Moraes. É uma
falácia e narrativa vagabunda e bandida”, frisou.
A proposta chegou a receber a alcunha de “PL do Estupro”,
uma vez que ao equiparar a prática com homicídio, uma mulher pode pegar mais
tempo de prisão do que um criminoso. Malafaia rechaçou a alcunha.
Segundo o pastor, o projeto não é embasado em aspectos
teológicos, mas científicos. Ele lembra uma resolução do Conselho Federal de
Medicina (CFM) que proibiu os médicos de realizarem assistolia fetal em
gestações com mais de 22 semanas - a norma técnica foi derrubada pelo ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
“Quem é que trouxe o questionamento de uma mulher não pode
abortar a partir dos cinco meses? Foi pastor? Por algum acaso foi religioso?
[Foi o] Conselho Federal de Medicina que baixou uma norma. Por quê? Porque
cinco meses e meio em diante o pequeno bebê está pronto para a vida”, disse
Malafaia.
EM