Foto: Reprodução
A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Franca (SP)
investiga a participação de membros da mesma família e de colegas de trabalho
deles na denúncia de abuso sexual praticado contra um casal de irmãos, de 9
anos e 10 anos. Um dos suspeitos é o pai das crianças, também investigado pela
suposta morte do menino Wesley Pires Alves Filho, que desapareceu em 2020 aos
13 anos. A informação é do g1.
Segundo a delegada Juliana da Silva Paiva, as vítimas foram
ouvidas com auxílio de uma escuta especializada e relataram ter participado de
orgias. Ao todo, cinco crianças prestaram depoimento. Os crimes teriam
acontecido há dois anos e foram denunciados em maio.
“Até agora, as nossas vítimas são vítimas do mesmo contexto
familiar. Pelo menos cinco pessoas foram indicadas como participantes das
orgias ou de estar presente e receber fotos. Há relatos de orgias deles mesmo
[suspeitos] praticando atos libidinosos diversos de conjunção carnal e também
conjunção carnal com as crianças”, afirma.
A delegada disse que a menina de 9 anos passou por exame no
Instituto Médico Legal (IML) e o laudo apontou que ela teve o hímen rompido, o
que configura o crime sexual.
“Nós temos a palavra de vítimas de crimes sexuais, e por
outro lado também, nós temos um exame pericial, um exame de corpo de delito que
demonstra o rompimento de hímen da criança mulher. Isso tem um peso muito
grande se tratando de elementos de materialidade dos fatos.”
Apesar dos elementos, a delegada disse que teve o pedido de
prisão do pai do casal de irmãos negado duas vezes pela Justiça. O homem chegou
a prestar depoimento, mas negou qualquer crime contra os filhos.
Os celulares dos suspeitos foram apreendidos e passarão por
perícia. A suspeita da delegada é de que as crianças também tenham sido vítimas
de pornografia infantil.
“O inquérito está em fase final, mas temos que analisar os
aparelhos apreendidos, em fase pericial, porque eu suspeito, com base na declaração
das crianças, que também haja uma quadrilha envolvendo pornografia infantil. É
dito isso na escuta especializada das crianças que havia registros fotográficos
e que havia pessoas que recebiam essas fotos.”
Ainda segundo a delegada, as crianças relataram episódios de
sexo envolvendo animais, prática chamada de zoofilia e que é considerada crime.
As crianças que denunciaram o pai foram levadas a lares
acolhedores determinados pela Justiça. Segundo a delegada, a mãe não pode ficar
com os filhos porque há a suspeita de que eles estavam sendo vítimas de
maus-tratos praticados pelo atual companheiro dela.
Os suspeitos são investigados por abuso sexual, zoofilia e
pornografia infantil.
Caso Wesley
Ainda sobre os novos elementos envolvendo o desaparecimento
do menino Wesley, a delegada disse que o caso está sendo tratado pela Delegacia
de Investigações Gerais (DIG), mas que nenhuma prova foi encontrada.
Em junho deste ano, a mãe das crianças supostamente abusadas
procurou a polícia para dizer que o filho de 9 anos tinha testemunhado o pai
estuprar e matar Wesley.
Segundo a mulher, com base no relato do filho, no dia 28 de
agosto de 2020, o pai chegou em casa com Wesley no colo, desmaiado, e cometeu o
abuso. Como o adolescente acordou durante o ato, foi estrangulado e morto.
Ainda segundo a mulher, o menino disse que o pai colocou o
corpo de Wesley em um saco preto e o despachou em uma mata.
Policiais e bombeiros foram até o local indicado pela
criança, um brejo no fundo do Jardim Aeroporto IV, fizeram buscas, mas nada foi
encontrado.
A delegada Juliana da Silva Paiva disse que o menino repetiu
o relato à escuta especializada da Polícia Civil, porém a investigação da DIG
sobre o paradeiro de Wesley não encontrou novos indícios.
Wesley desapareceu em agosto de 2020 após sair de casa para
ir a um varejão, no Jardim Aeroporto I. A polícia investigou o caso e diversas
denúncias sobre o paradeiro do menino surgiram, mas o adolescente nunca foi
encontrado.
g1