Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom)
decidiu, por unanimidade, nesta quarta-feira (31) manter a taxa Selic, os juros
básicos da economia, em 10,5% ao ano.
Na reunião anterior, em junho, o Copom interrompeu o ciclo
de cortes de juros iniciado há quase um ano. De agosto do ano passado até março
deste ano, o Copom tinha reduzido os juros básicos em 0,5 ponto percentual a
cada reunião. Em maio, a taxa tinha sido cortada em 0,25 ponto percentual.
Em nota, o Copom explicou que a decisão foi motivada pelo
ambiente externo adverso e pelo conjunto dos indicadores de atividade econômica
e do mercado de trabalho doméstico que seguem apresentando dinamismo maior do
que o esperado.
“O Comitê, unanimemente, optou por manter a taxa de juros
inalterada, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico
marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e
expectativas desancoradas demandam acompanhamento diligente e ainda maior
cautela”, diz a nota.
A decisão, de acordo com o comitê, teve como objetivo
consolidar o processo de desinflação. “A política monetária deve se manter
contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o
processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno da
meta”, diz.
O Comitê diz que se manterá vigilante e relembra que
eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso
de convergência da inflação à meta.
Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para
manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA). Em junho, o IPCA teve alta de 0,21%, ficando abaixo
da taxa registrada em maio (0,46%).
No ano, o IPCA acumula alta de 2,48% e no acumulado dos
últimos 12 meses, a taxa é de 4,23%, acima dos 3,93% observados nos 12 meses
anteriores.
Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de
inflação em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou
para baixo.
Segundo o Relatório de Inflação divulgado em junho pelo
Banco Central, a inflação deve ficar em 4% em 2024, segundo. Já de acordo com o
boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC,
a inflação oficial deverá fechar o ano em 4,1%.
Sabrina Craide/Carolina Pimentel – Agência Brasil
Informação adicional
De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o Brasil
ocupa a terceira posição no ranking mundial de juros reais, após a manutenção
da taxa básica em 10,5% ao ano na reunião do Copom (Comitê de Política
Monetária) do Banco Central desta quarta-feira (31). O juro real no Brasil está
em 7,36% ao ano, valor inferior ao da Turquia (12,13%) e da Rússia (7,55%),
segundo ranking elaborado pelo Portal MoneYou.