Foto: Ricardo Stuckert/PR
Depois de ser anunciada como a nova ministra dos Direitos
Humanos e da Cidadania, a deputada estadual mineira Macaé Evaristo (PT) disse
nesta segunda-feira (9) que tem como prioridades de sua gestão enfrentar a
violência sexual contra crianças, garantir direitos das pessoas idosas e da
população em situação de rua.
A nomeação oficial no cargo deve ocorrer na semana que vem,
mas os trabalhos já começaram hoje com uma primeira visita ao ministério. Macaé
Evaristo fez uma breve reunião para conhecer os secretários, preparar um primeiro
diagnóstico da pasta e estabelecer as urgências.
“Enfrentamento da violência sexual contra crianças, a pauta
da população de rua, das pessoas idosas: esse ministério tem políticas que são
muito importantes. A gente precisa sair desse luto e ir para a luta. Tem muito
trabalho a fazer”, disse Evaristo, na primeira fala à imprensa após o anúncio.
Enquanto não assume a pasta oficialmente, Macaé Evaristo vai
alternar entre Brasília e Minas Gerais. Ela está se licenciando do cargo de
deputada estadual, mas ainda precisa cumprir alguns compromissos do mandato.
Ela vai assumir o ministério depois da saída de Silvio Almeida, demitido na
última sexta-feira (6) em meio a denúncias de assédio sexual.
Denúncias
A ministra falou sobre o convite recebido pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e sobre a necessidade de investigar as acusações
contra o antigo ministro.
“A conversa com o presidente Lula foi bastante tranquila. O
presidente Lula conhece o meu trabalho e a grande questão dele é que a gente
possa fortalecer as políticas desse ministério, que são muito importantes para
o conjunto da sociedade. E, quanto às denúncias, é muito importante que os
responsáveis façam as apurações devidas e é isso que a gente está aqui
encaminhando”, disse.
“Estamos aqui nessa fase de transição, mas que a gente possa
fazer todo o procedimento. Eu acho que é preciso garantir direitos das pessoas
denunciantes, garantir o amplo e pleno direito de defesa. E algo muito
importante, que a gente garanta privacidade e sigilo dos fatos, principalmente
daquelas pessoas que serão lesadas”.
Macaé Evaristo também comentou sobre as críticas que a pasta
recebeu sobre a demora em retomar trabalhos de memória e reparação, como é o
caso da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP),
retomada no fim de agosto.
“Eu acho que todo mundo tem direito à memória e à verdade. E
o nosso país especialmente precisa dar essa resposta, porque se a gente não faz
isso de maneira muito clara e transparente, a gente nunca vai avançar do ponto
de vista dos dilemas éticos que a gente tem na sociedade brasileira. O direito
à memória e à verdade é o que fortalece a democracia. A gente tem que se
empenhar. E vamos trabalhar. Não vamos olhar para trás. Vamos olhar para a
frente”.
Rafael Cardoso/Carolina Pimentel – Agência Brasil