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A incidência de COVID-19 cresceu 478,5% em pouco menos de
duas semanas na capital mineira. Enquanto em 1º de setembro o número de novos
casos por 100 mil habitantes em Belo Horizonte era de 2,8, no dia 13 a taxa de
incidência saltou para 16,2. Os dados constam no último boletim epidemiológico
divulgado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Em 14 dias, houve um aumento de 461 casos positivos da
doença, saindo de 8.278 registros confirmados no boletim divulgado em 4 de
setembro para 8.739 no balanço da semana passada. Ou seja, mais de 32 novas
ocorrências por dia. Comparando o mesmo período do ano anterior, quando havia
5.874 casos confirmados, houve um aumento de 48,7%.
Na avaliação do infectologista Leandro Curi, ex-integrante
do comitê de combate à COVID-19 na Grande BH, o cenário atual aponta para um
recrudescimento da incidência da doença, reflexo da negligência às doses de
reforço da vacina contra a COVID-19, e exige atenção da população. “A infecção
não parou com o fim da pandemia. As mortes reduziram, mas as contaminações
continuam alarmantes”, ressalta.
A alta, mesmo em um cenário pós-pandemia, está ligada,
segundo o especialista, principalmente à variante popularmente conhecida como
Kraken, um subtipo da Ômicron, que tem um perfil mais transmissível. O
infectologista aponta que a imunidade das primeiras doses apresentou uma queda
significativa nos níveis de anticorpos, o que aumenta a preocupação diante da
baixa adesão à vacina.
Para que haja um equilíbrio nesse panorama, as pessoas devem
seguir as recomendações futuras sobre a vacinação, como é o caso da nova vacina
SpikeVax, disponível desde maio e uma nova arma contra a variante Kraken. “Nas
primeiras vacinas, usamos o vírus lá do começo da pandemia, que não é o que
está circulando atualmente. Ele sofreu mutações, então, o sistema imunológico
tem que se preparar para essas novas cepas, e o caminho para isso é tomando a
nova vacina”, destaca.
Até o momento, 90 pessoas perderam a vida devido a
complicações da COVID-19 em Belo Horizonte, um aumento de pouco mais de 10% em
relação ao total de 81 óbitos registrados em todo o ano passado. Os idosos são
as maiores vítimas da COVID-19 em 2024, representando mais de 80% das mortes
pela doença na capital.
A constatação do especialista é corroborada por um estudo da
Universidade Federal do Paraná, divulgado no fim do ano passado, sobre a
efetividade da vacina monovalente original contra a COVID-19. A pesquisa
revelou que a proteção da vacina Pfizer/BioNTech é de curta duração contra
casos causados pela variante Ômicron. Até o momento, apenas 43,98% dos mineiros
completaram o esquema vacinal.
O que diz a PBH
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informa que monitora
diariamente o cenário epidemiológico e assistencial da cidade com o objetivo de
garantir o cuidado necessário à população.
“Cabe ressaltar que o aumento no número de casos positivos
para a doença não resultou em elevação na demanda por internações hospitalares,
leitos de UTI e no coeficiente de mortalidade por COVID-19, e, até o momento, a
incidência de casos acumulados nos últimos 14 dias, continua abaixo de 20 por
100 mil habitantes”, afirma a PBH.
O Executivo municipal reitera a importância fundamental da
vacinação contra a doença e ressalta que a dose do imunizante está sendo
aplicada nos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde.
A prefeitura orienta as pessoas a manter os cuidados quanto
ao uso de máscaras caso estejam com sintomas respiratórios e procurar um
serviço de saúde. O município também disponibiliza atendimento por meio das
teleconsultas. O serviço é oferecido para a população a partir de um ano de
idade, de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h. Além disso, a PBH mantém a
oferta de testes para detecção da COVID-19. As informações estão disponíveis no
Portal da PBH.
EM