Foto: Reprodução/Redes Sociais
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal
(STF), votou para que o ex-deputado Roberto Jefferson seja condenado a nove
anos, um mês e cinco dias de prisão. O ex-parlamentar foi denunciado por
atentado ao exercício dos Poderes, calúnia, homofobia e incitação ao crime.
Em 2022, o político deu entrevistas que, de acordo com
Moraes, incentivaram ataques às instituições. Além disso, atacou policiais que
foram até a casa dele, no Rio de Janeiro, para cumprir um mandado de prisão.
Jefferson chegou a atirar contra policiais federais e jogou granadas contra a
guarnição.
Alexandre de Moraes afirmou que os atos são gravíssimos e
têm ligação com os atentados de 8 de janeiro, realizados em Brasília. "O
réu, ao se valer da internet para a prática dos crimes, além de conferir um
alcance praticamente imensurável aos vídeos criminosos por ele publicados,
também se aproveita para divulgar posicionamentos criminosos e beligerantes,
causando significativos distúrbios e reiterados ataques, por parte de seu
público, às instituições democráticas, ao Poder Legislativo, ao Supremo
Tribunal Federal, ao Tribunal Superior Eleitoral e à comunidade
LGBTQIAP+", escreveu o magistrado em seu voto.
O julgamento ocorre até a sexta-feira (13) no plenário
virtual da Corte. A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou
favorável à prisão e à reparação aos danos públicos. A Procuradoria pede
indenização de R$ 200 mil a título de danos morais coletivos.
No processo, a defesa de Jefferson alegou que a denúncia é
inepta e deve ser rejeitada pelos magistrados. "No caso concreto, a
denúncia se revela flagrantemente inepta em relação a todas as imputações, por
não expor os fatos com todas as suas circunstâncias, por tecer flagrante equívoco
entre a conduta típica do crime de incitação e a imputação do crime
supostamente incitado. E, ainda, não descreve a adequação típica da conduta,
incorrendo em flagrante presunção para subsidiar a sua conclusão", destaca
o texto.
Correio Braziliense