
Foto: Carolina Antunes/PR
O ex-comandante da Força Aérea Brasileira, o
tenente-brigadeiro Baptista Júnior, confirmou que o ex-presidente Jair
Bolsonaro foi ameaçado de prisão pelo ex-comandante do Exército, Freire Gomes,
caso levasse adiante o plano de golpe de Estado.
Baptista Júnior prestou depoimento, nesta quarta-feira (21),
como testemunha da ação penal que apura a tentativa de golpe para manter
Bolsonaro no poder.
Na última segunda-feira (19), o general Freire Gomes negou
que tenha ameaçado Bolsonaro de prisão, mas alertou que o ex-presidente poderia
ser enquadrado juridicamente caso tomasse alguma medida ilegal.
A fala de Freire Gomes ocorreu em reunião ocorrida em
novembro de 2022, no Palácio do Alvorada, após a derrota de Bolsonaro na
eleição.
O tenente-brigadeiro Baptista Júnior também confirmou que
foi apresentada uma minuta de decreto, pelo ex-ministro da Defesa, general
Paulo Sérgio, que impediria a posse do presidente Lula.
Baptista Júnior também confirmou que o ex-comandante da
marinha, o almirante Almir Garnier, teria colocado as tropas da Marinha “à
disposição” de Bolsonaro.
Baptista Júnior é uma das 82 testemunhas arroladas pela
defesa e pela acusação na Ação Penal 2.668, que apura a responsabilidade do
núcleo crucial da tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair
Bolsonaro e mais sete ex-ministros e assessores.
O relator do caso na 1 ª turma do STF, Alexandre de Morares,
proibiu qualquer tipo de gravação das audiências. Jornalistas foram autorizados
a acompanhar os testemunhos.
Agência Brasil
Informação Adicional: O site da BBC News publicou a
informação de que, durante o depoimento, Baptista Júnior disse claramente que foi
discutida a possibilidade de prisão do ministro do STF Alexandre de Moraes,
então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que que o ex-presidente
Jair Bolsonaro levou ao comando das Forças Armadas a ideia de instaurar um
Estado de Defesa no país, no final de 2022, para impedir a posse do então
presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.