
Foto: Arquivo Pessoal
O estudante Amador Flores Vargas, de 12 anos, morreu devido
a uma infecção grave provocada por uma infestação de piolhos. O menino foi
levado a um hospital em Coahuila, no México, em estado crítico, com febre
persistente, desidratação severa e sinais de falência de órgãos. Ele foi vítima
de uma infecção bacteriana chamada riquétsiose, transmitida por picada de
piolhos (pediculose).
De acordo com as autoridades, este é o primeiro caso da
doença registrado na região. O menino foi internado no fim de maio, com um
quadro bastante avançado. Amador estava com insuficiência hepática, baixa
produção de plaquetas e sepse (infecção generalizada).
Antes de procurar o hospital, o menino passou oito dias com
uma infestação de piolhos. Ele chegou a ser tratado com antibióticos, teve o
cabelo raspado para eliminar os piolhos e usou um shampoo especial. No entanto,
o quadro do menino piorou e ele precisou ser levado para um hospital.
Segundo os médicos, houve uma demora no atendimento, o que
dificultou as chances de recuperação. Após a morte de Amador, as autoridades
sanitárias instalaram um cordão sanitário no bairro da família do menino, para
impedir a propagação do parasita. Foram realizadas varreduras e ações de
desinfestação em domicílios vizinhos.
As autoridades pediram para que a população tome medidas
extremas de higiene e vigilância epidemiológica.
O que é riquétsiose?
A riquétsiose é causada por bactérias do gênero Rickettsia –
a mesma causadora da febre maculosa. A doença é transmitida ao ser humano por
pulgas, carrapatos, ácaros, piolhos e outros ectoparasitas infectados que vivem
em animais como cães, gatos, ratos e esquilos, e pode ser transmitido por
humanos na pele, no cabelo e nas roupas. Nos casos mais graves, a infecção pode
levar a uma intoxicação no sangue, falência múltipla de órgãos e até à morte.
Os sintomas são febre persistente, dores musculares,
náuseas, vômitos, inchaço dos gânglios linfáticos, erupções na pele e mal-estar
geral. O paciente deve procurar o atendimento médico quando houver quadro de
febre alta, manchas vermelhas no corpo, cansaço extremo ou histórico recente de
contato com parasitas.
Embora o caso de Amador seja raro, é importante ficar vigilante
na higiene das crianças. Para isso, mantenha o couro cabeludo limpo,
inspecionando com frequência. Além disso, é indicado evitar o compartilhamento
de pentes, bonés e escovas e procurar ajuda médica ao notar infestações.
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